Política

Montenegro aplaude operação da ASAE e espera aplicação de coimas "se for o caso"

Nuno Veiga/Lusa (arquivo)

Social-democrata realça ser preciso evitar que a inflação seja "terreno para a especulação e para rendimentos indevidos, injustificados e injustos".

O líder do PSD, Luís Montenegro, aplaudiu esta quinta-feira a operação de fiscalização da ASAE para perceber o aumento dos preços dos produtos alimentares, esperando que sejam aplicadas coimas "se for o caso".

Questionado na Madeira sobre se o Governo devia ter atuado mais cedo, Montenegro admitiu que sim, mas quis deixar o seu "aplauso total à iniciativa".

"É importante que o processo de inflação a que vimos a assistir, que já começou em agosto de 2021, não possa ser o terreno para especulação e para rendimentos indevidos, injustificados e injustos", defendeu, notando que, embora dependa do Governo, "não está tudo errado".

O líder social-democrata espera agora que haja lugar a "apuramento de responsabilidades e, se for o caso, aplicação de coimas".

Sobre estas coimas, acrescentou, espera que possam "servir para que o Governo possa ter mais fontes de receita para ter um programa social que possa compensar as pessoas pelo abuso que, por ventura, poderá ter sido cometido".

Até agora, a ASAE já instaurou 51 processos-crime por especulação de preços e 91 contraordenações, depois das mais de 960 operações de fiscalização que já realizou.

As margens de lucro em alguns produtos foram de 50%, de acordo a ASAE, e o caso mais grave é o da cebola, com uma margem superior aos 50%. Em produtos como o açúcar, o óleo e a dourada, a margem fica entre 20% e 30%, nas conservas de atum, azeite e couve coração a margem é de 30% a 40% e de 40% a 50% nos ovos, laranjas, cenouras e febras de porco.

Luís Montenegro foi também questionado sobre os efeitos no PSD da queda do apoio que garantia a maioria do Governo nos Açores.

O líder do partido aproveitou para reiterar uma "confiança muito grande no PSD/Madeira e em Miguel Albuquerque".

"A confiança é tal que não conto com outra coisa que não seja um apoio massivo dos eleitores madeirenses ao trabalho que tem sido conduzido", comentou, apontando à "conquista de uma maioria absoluta".

Gonçalo Teles