Sociedade

Ordem dos Médicos vai avaliar condições de segurança na obstetrícia do Santa Maria

O Hospital de Santa Maria, em Lisboa Pedro Correia/Global Imagens

O bastonário Carlos Cortes afirma que existem aspetos que têm de ser "aprimorados" para garantir o melhor serviço aos utentes.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, anunciou em declarações à RTP, esta segunda-feira, numa visita ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que a Ordem dos Médicos vai avaliar as condições de segurança no serviço de obstetrícia e "perceber se o serviço tem capacidade para formar" médicos.

À saída de uma reunião com os médicos obstetras e com a direção clínica do hospital, o bastonário disse estar "satisfeito" com o resultado do encontro, pois "todos estão preocupados com o essencial neste processo, que é a qualidade dos serviços de saúde". No entanto, reconheceu que há aspetos que "têm de ser aprimorados", nomeadamente ao nível de segurança.

"Tomei uma decisão durante esta tarde, que já comuniquei ao colégio de ginecologia-obstetrícia, que se irá deslocar muito rapidamente aqui ao hospital para fazer uma avaliação", sublinhou.

Questionado sobre a falta de profissionais nas escalas, Carlos Cortes não quis criar um "alarmismo desnecessário" e garantiu que "ainda há capacidade de resposta".

A Ordem dos Médicos irá continuar a acompanhar a situação no Hospital de Santa Maria "nos próximos dias e semanas", concluiu.

Também o diretor interino do serviço de obstetrícia e ginecologia do Hospital de Santa Maria, Alexandre Valentim Lourenço, assegurou, em declarações aos jornalistas, que não há "falta de democracia" dentro do hospital e que os "médicos têm sido ouvidos frequentemente".

"Falo todos os dias com os meus médicos, eles manifestam as suas preocupações e tento resolvê-las de um dia para o outro", disse Alexandre Lourenço, refutando as críticas da Federação Nacional dos Médicos.

Sobre as grávidas transferidas para o privado, o diretor do serviço de obstetrícia e ginecologia não quis adiantar para que unidades foram transferidas, mas explicou que a "dinâmica hospitalar é completamente diferente", uma vez que no privado estão "oito a dez médicos" presentes.

O Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte anunciou no domingo que as grávidas de baixo risco referenciadas para o Hospital de Santa Maria nos próximos dias poderão ser reencaminhadas para hospitais privados devido a "constrangimentos na escala clínica" da sala de partos.

TSF