Sociedade

Estudo alerta que bombeiros de Bragança precisam de dormir melhor e ter mais cuidado com a inalação de poluentes

Fernando Pires/TSF

É uma das conclusões de um estudo do Instituto Superior de Engenharia (ISE) da Universidade do Porto, que teve a parceria do Instituto Politécnico de Bragança e do comando Sub-Regional da Proteção Civil das Terras de Trás os Montes.

O Instituto Superior de Engenharia da Universidade do Porto estudou os bombeiros de várias corporações do distrito de Bragança para tentar perceber qual é a sua qualidade de sono e a exposição aos poluentes dos incêndios florestais. O objetivo é alertar os bombeiros para os cuidados que podem ser adotados, de modo a que o combate aos incêndios florestais tenha menos impacto na sua saúde,

"É preciso rever e ajudar os bombeiros a melhorar a qualidade do sono, a sua atividade física, de forma a que isso tenha impacto na saúde, e também alguns resultados que avaliámos que têm a ver com o facto de ficar provado que os bombeiros estão expostos a muitos poluentes, existentes no ar, no combate a incêndios, alguns deles considerados poluentes prioritários, que podem ter alguns impactos na saúde", revela Simone Morais, investigadora do ISE da Universidade do Porto.

O objetivo deste estudo foi alertar os bombeiros para cuidados que podem ser adotados, de modo a que o combate aos incêndios florestais tenha menos impacto na sua saúde, "nomeadamente tentar reduzir essa exposição, não facilitar, ou seja, não retirar, por exemplo, o equipamento individual, em fase de rescaldo, porque continua a haver emissão de alguns compostos. Deve-se fazer a limpeza de pele, porque pode haver absorção através da pele, limpeza do material, evitando a contaminação cruzada dentro dos quartéis", acrescenta.

O comandante sub-regional da Proteção Civil das Terras de Trás-os-Montes sublinha a importância do estudo. "Há estratégias que não têm um custo direto associado, estão muito dependentes da mudança de hábitos. São todas estas ferramentas que terão que se desenvolver daqui para a frente e a partir deste estudo que suporta outro tipo de tomada de decisões", refere Noel Afonso.

O estudo teve por base análises de urina, sangue e saliva dos bombeiros, mas também amostragem de ar. As primeiras conclusões foram agora apresentadas no IPB.

O projeto pioneiro na região foi desenvolvido em parceria com o Instituto Politécnico de Bragança e a Proteção Civil da região, tem o financiamento da Fundação para Ciência e Tecnologia e começou em 2020.

Fernando Pires