Mollel, estudante de agronomia, chegou ao Kibutz Nahal Oz, um dos locais do massacre perpetrado pelo Hamas, apenas 19 dias antes de 7 de outubro de 2023, tendo sido morto na manhã deste dia enquanto trabalhava na quinta leiteira do kibutz, após o que o seu corpo foi levado para Gaza
O Instituto Nacional de Medicina Legal Abu Kabir, de Israel, identificou o corpo entregue pelo Hamas na quarta-feira à noite como sendo do estudante tanzaniano Joshua Luito Mollel, anunciou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
"Os representantes do Exército e do Ministério dos Negócios Estrangeiros informaram a família do refém falecido, Joshua Luito Mollel, um estudante tanzaniano raptado na Faixa de Gaza a 7 de outubro de 2023, que o seu ente querido tinha sido devolvido a Israel e que a sua identificação tinha sido concluída", segundo o comunicado do Governo israelita.
Mollel, estudante de agronomia, chegou ao Kibutz Nahal Oz, um dos locais do massacre perpetrado pelo Hamas, apenas 19 dias antes de 7 de outubro de 2023, tendo sido morto na manhã deste dia enquanto trabalhava na quinta leiteira do kibutz, após o que o seu corpo foi levado para Gaza.
Na quarta-feira, o Hamas entregou o corpo de Mollel à Cruz Vermelha, que o tinha encontrado anteriormente no bairro de Shejaiya, na Cidade de Gaza (norte).
A Cruz Vermelha transportou-o para o exército israelita, que por sua vez o retirou do enclave.
Após a entrega do corpo, o Hamas e as milícias de Gaza continuam na posse dos corpos de outros seis homens raptados, cinco cidadãos israelitas e um agricultor tailandês raptados perto do Kibutz Beeri.
Desde que o cessar-fogo entrou em vigor, o grupo palestiniano tem manifestado dificuldade em localizar os corpos dos reféns que permanecem em Gaza devido às toneladas de entulho e à falta de acesso consistente a maquinaria pesada.
Israel acusou, no entanto, os islamitas de atrasarem deliberadamente a entrega destes corpos para evitar abordar o seu desarmamento, uma questão que deverão discutir com os mediadores quando as negociações forem retomadas para a segunda fase do acordo.
No âmbito do entendimento, foram restituídos 20 reféns vivos e 21 mortos até à entrega de quarta-feira, em troca de quase dois mil prisioneiros palestinianos e 285 corpos que estavam em posse de Israel.
A trégua foi ameaçada em 28 de outubro, quando o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ordenou o bombardeamento do enclave palestiniano, no seguimento de dois incidentes com o Hamas.
A primeira fase do acordo, impulsionado pelos Estados Unidos com a mediação do Egito, Qatar e Turquia, inclui também a retirada parcial das forças israelitas do enclave e o acesso de ajuda humanitária ao território.
A etapa seguinte, ainda por acordar, prevê a continuação da retirada israelita, o desarmamento do Hamas, bem como a reconstrução e a futura governação do enclave.
A guerra na Faixa de Gaza foi intensificada pelos ataques liderados pelo Hamas a 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 68 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.