As declarações do ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, ocorreram numa altura em que se agravam as tensões entre Caracas e Washington
O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, insultou esta quarta-feira, na televisão, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, a quem chamou "palhaço" com "delírios" e ameaçou "aniquilar" aqueles que pretendem atacar o país.
"Ele [Marco Rubio] vai acabar mal, assim como muitos palhaços que tiverem a ousadia de intervir na Venezuela", afirmou Cabello, descrevendo Marco Rubio como o membro da Administração norte-americana mais "incompetente" da História.
O responsável pelo Ministério do Interior disse ainda que Marco Rubio não compreende o que disse ser "a fibra" dos venezuelanos, a História da Venezuela e a capacidade de resistência do país.
As declarações de Diosdado Cabello ocorreram numa altura em que se agravam as tensões entre Caracas e Washington.
Os Estados Unidos mantém um destacamento militar sem precedentes perto da costa do país sul-americano, alegando que está a combater o narcotráfico originário da Venezuela.
No sábado, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês)) alertou para um "potencial risco" ao sobrevoar a Venezuela devido a um possível "aumento da atividade militar".
Este alerta já levou ao cancelamento de mais de 30 voos internacionais com partida de Caracas, inclusive pela Transportadora Aérea Portuguesa.
Esta quarta-feira, citado pela televisão Globovisión, Cabello afirmou também que o "imperialismo" norte-americano está a tentar usar a mesma fórmula que aplicou para invadir o Iraque e a Síria: "usando mentiras para desacreditar o país".
Para o ministro venezuelano, o objetivo dos Estados Unidos é "roubar" os recursos naturais da Venezuela sob o pretexto de mudança de regime e acusações sobre a existência de uma ditadura.
Nas últimas semanas, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manteve reuniões com responsáveis do Pentágono (Departamento de Defesa) para avaliar possíveis ações norte-americanas contra a Venezuela, depois de ter lançado uma campanha militar em águas internacionais.
As operações, alegadamente contra o tráfico de estupefacientes, fizeram mais de 80 mortes e a destruição de mais de vinte embarcações.