Em declarações à TSF, Rita Prates, da Zero, refere que "apostar na mobilidade sustentável é o futuro" e sublinha que o "transporte sustentável é dar qualidade de vida aos cidadãos"
A Associação de Moradores de Santa Maria Maior entrega esta quarta-feira na Câmara Municipal de Lisboa a petição "Baixa de Lisboa com menos trânsito e melhor qualidade do ar". O documento, que reuniu mais de 900 assinaturas, foi desenvolvido com o apoio da associação ambientalista Zero e tem como objetivo defender a qualidade de vida dos munícipes.
A Zero aponta que a poluição do ar nesta zona da cidade está acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde e também do valor permitido pelas metas para 2030. A poluição sonora e a falta de espaço na cidade também são problemas indicados na petição.
Em declarações à TSF, Rita Prates, da Zero, deixa propostas para a melhoria do trânsito na cidade: "Algumas das medidas são que os transportes públicos tenham uma faixa exclusiva para não ficarem presos no trânsito, que esta seja uma zona 30, ou seja, que não se ande a 50 km por hora, mas no máximo a 30 km por hora, que retiremos as emissões dos tubos de escape dos veículos e que tenhamos apenas veículos elétricos a circular neste zona - e isto também se aplica aos transportes de mercadorias e distribuição."
A ambientalista apela aos municípios portugueses para que haja um investimento na sustentabilidade dos transportes públicos. "Há uma mensagem que tem de ser muito clara não só para a câmara de Lisboa, mas para as várias cidades: o transporte sustentável é dar qualidade de vida aos cidadãos, é dar transportes acessíveis e rápidos para todos. As câmaras têm um papel fundamental em viabilizar o transporte sustentável", refere, lamentando que os portugueses ainda estejam "completamente focados no automóvel privado", um meio de transporte que "tem todas as desvantagens, além de ser muito mais caro para o cidadão e de estar a canibalizar todo o espaço público".
Rita Prates dá o exemplo de Paris: "Como se vê em cidades lá fora, apostar na mobilidade sustentável é o futuro e temos de ser ambiciosos com esta transição." A Zero sugere, assim, que a Baixa "sirva de exemplo e comece a fazer a transformação para uma Lisboa mais sustentável".
O documento propõe outras medidas, como a melhoria dos passeios e das ciclovias.