Sociedade

Privados vendem tratamentos médicos a crédito

Mário Vasa (arquivo)

Há cada vez mais hospitais e clínicas a oferecerem créditos bancários para tratamentos médicos. A Defesa do Consumidor recomenda alguns cuidados

O Banco de Portugal não tem dados discriminados, inclui estes empréstimos no crédito ao consumo, que aumentou 7,4% no último ano, e atingiu em setembro os 336 milhões de euros.

Além dos bancos, alguns grupos privados de saúde estão a oferecer este crédito.

16 hospitais privados registados como intermediários de crédito junto do Banco de Portugal. Apresentam limites de valor e também de doenças; por exemplo, há hospitais privados que disponibilizam crédito até 18 mil euros, mas não para todos os tipos de tratamento médico, se o cliente precisar de tratar um cancro não consegue empréstimo com esse objetivo.

A TSF questionou a Deco sobre este tipo de crédito.

A coordenadora do gabinete de proteção financeira, Natália Nunes, adverte que, antes de mais, o consumidor "deve deixar claro que procura um crédito para saúde, que é sempre mais barato".

"A TAEG máxima para um crédito pessoal destinado à saúde é, no máximo, 8,6%, mas se for um crédito pessoal sem qualquer finalidade é 15,6%", explica.

Deve pedir sempre uma simulação, começar a comparar e não tem de aceitar a proposta que lhe oferece o hospital ou a clínica que se propõe tratar do empréstimo.

"Podemos sempre analisar essa proposta, mas não devemos deixar de comparar com o que o mercado oferece". Natália Nunes aconselha igualmente atenção à taxa de esforço, que nunca deve ir além dos 35% do rendimento mensal.

Os portugueses já pagam do seu bolso cerca de 30% das despesas de saúde, mas, nalguns casos, este recurso ao crédito pode ser a única maneira de pagar um tratamento médico no setor privado, mesmo com seguro de saúde, porque há limites ao valor e às doenças cobertas

A par dos 16 hospitais, há 61 clínicas dentárias que oferecem crédito para tratamentos médicos.

O Banco de Portugal não tem dados discriminados, inclui estes empréstimos no crédito ao consumo que aumentou 7,4% no último ano e atingiu em setembro os 336 milhões de euros.

Dora Pires