Depois do encontro em São Bento, o líder do PSD reiterou que não será por falta de apoio do seu partido que o país não terá ajuda financeira, mas exigiu saber toda a verdade.
No final da reunião com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho explicou que este encontro serviu para o Governo explicar como vai conduzir as negociações com o FMI e transmitir essa informação aos partidos da oposição.
O líder do PSD revelou que manifestou a José Sócrates que está interessado em poupar o país ao resultado de um não entendimento, reforçando que não será por falta de apoio dos social-democratas que não se chegará agora a uma solução.
«Consciente da gravidade desta situação, o PSD não deixará de apresentar toda a assistência que puder para que o quadro de ajuda que vier a ser definido possa ser cumprido e possa resultar em juros mais baixos a suportar pelo país, mas sobretudo por um conjunto de reformas que possa trazer crescimento económico», declarou.
Contudo, esta garantia de apoio tem uma "moeda de troca". O PSD pediu ao Governo informação detalhada sobre o ponto de partida para as negociações com o FMI, isto porque o PEC 4 é a base para o programa de ajuda.
«O pior que pode acontecer a Portugal numa altura em que precisa, como de 'pão para a boca', do financiamento externo é que no momento em que se vai desenhar o programa de ajustamento macroeconómico, que vai durar durante os próximos três anos, todas as situações financeiras não venham para cima da mesa», frisou.
«Não vale a pena partimos para estas negociações com uma espécie de imagem de 'gato escondido com rabo de fora'. O que não precisamos é de ter esqueletos no armário quando sabemos que eles vão ter que sair nos próximos três anos», concluiu Passos Coelho.