Ouvido pela TSF, Roberto Pereira, do Conselho Geral dos Colégios de Economistas de Espanha, não teme um «efeito colateral» apesar da relação entre os mercados espanhol e português.
Em Espanha, os responsáveis políticos, mas também os de Bruxelas, têm repetido que não há perigo de contágio em relação à crise que afecta Portugal.
O primeiro-ministro, Rodrigues Zapatero, anunciou que o tempo dos cortes e da austeridade já passou. «Não estão no horizonte novas medidas de austeridade», disse, mesmo com o FMI a pedir mais cortes em Espanha.
A TSF falou com um economista, que pertence ao equivalente em Espanha à Ordem dos Economista em Portugal, que ressalva a possibilidade de surpresas e que afirma que não tem indicação de quaisquer dificuldades do Estado espanhol para respeitar os compromissos.
Roberto Pereira acredita que a Espanha está livre do risco de contágio:«Independentemente de haver uma relação entre o mercado espanhol e o mercado português, não há o receio de que possa haver um efeito colateral».
Este economista, que faz parte do Conselho Geral dos Colégios de Economistas de Espanha, diz que no país vizinho nada mudou depois do pedido de ajuda de Portugal.
«Até agora não há nenhuma informação no sentido de que aqui não podemos fazer frente aos compromissos da dívida. As colocações estão a fazer-se sem qualquer problema e não há um alarme de que tenham disparado outros indicadores desde a situação que atinge Portugal», sublinhou.
Roberto Pereira acredita que Portugal será o último país da União Europeia a pedir ajuda.
No entanto, ao evocar o exemplo português, lembra que por vezes existem surpresas: «Quando parecia que já havia algum problema, o Governo português negou a necessidade de pedir ajuda, dizendo que ia sair da situação que estava a atravessar».
«Afinal houve uma dificuldade, um problema. Portugal não teve outra saída a não ser pedir a ajuda do resto da Europa. Eu não tenho informação de que haja outro país com o mesmo problema», prossegue.
Quanto à saída da crise europeia, o economista espanhol acredita que a Alemanha poderá dar o mote. Espera ainda que, no final de 2012, os europeus já possam começar a pensar positivo.