Economia

Constâncio espera «consenso» em torno de prazos de correcção do défice

Vítor Constâncio

O vice-presidente do BCE espera um «consenso» entre todas as instituições da 'troika' e as autoridades portuguesas em torno de um eventual alargamento dos prazos para a correcção do défice.

À saída de uma conferência conjunta do BCE e da Comissão Europeia, em Bruxelas, Vítor Constâncio, ao ser questionado sobre a possibilidade de as negociações em curso sobre o programa de ajuda a Portugal contemplarem um alargamento do período de consolidação orçamental, de modo a não se comprometer tanto o crescimento económico, admitiu que se trata de um aspecto a ter em conta.

«É uma discussão sempre útil, evidentemente, e, no contexto das negociações, penso que se chegará a um consenso aceitável, quer para as três instituições que estão envolvidas (BCE, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia), quer para Portugal», declarou.

Quanto à sua posição pessoal sobre a matéria e sobre a necessidade de se alargarem os prazos, escusou-se a fazer comentários, dado as negociações ainda estarem em curso, mas reafirmou que espera «que realmente haja um consenso que satisfaça a perspectiva das diferentes instituições que estão a negociar».

Em causa está uma eventual revisão das metas com que Portugal se comprometeu em Bruxelas para corrigir o seu défice, e que apontavam para 7,3 por cento em 2010 (valor que já foi ultrapassado, dado ter sido de 9,1 por cento), 4,6 por cento este ano e 3 por cento em 2013, uma calendário que muitos consideram difícil de cumprir, sobretudo no contexto do pedido de ajuda financeira entretanto formulado por Lisboa.

Sobre a conclusão das negociações do programa de ajuda no calendário inicialmente previsto, meados do corrente mês, Vítor Constâncio reafirmou hoje a sua convicção de que tal será possível.

Por fim, o vice-presidente do BCE defendeu a importância de um consenso nacional em torno do programa agora negociado, recordando que, em resposta ao pedido de assistência formulado por «um Governo minoritário», a decisão da reunião de ministros das Finanças da União Europeia de Abril passado destacou esse mesmo aspecto.

Redação