Para o Presidente da República, sem o aumento da poupança interna e das exportações e sem a diminuição das importações, «Portugal voltará a enfrentar graves problemas de financiamento».
O Presidente da República entende que os «tempos de crise são momentos de oportunidade» e que «Portugal dispõe de uma possibilidade única para construir uma economia saudável que não podemos desaproveitar».
«Se não aumentar a poupança interna, se não aumentarem as exportações e diminuírem as importações, se não reconquistarmos a confiança dos investidores internacionais, Portugal voltará a enfrentar graves problemas de financiamento», explicou.
Reagindo ao acordo sobre a ajuda externa firmado com a troika constituída pela Comissão Europeia, BCE e FMI, Cavaco considerou que «está na mão dos agentes políticos e dos cidadãos agarrar esta oportunidade de mudança».
«Se nada fizermos não iremos ficar na mesma, iremos ficar pior do que estamos», acrescentou o chefe de Estado, que reconhece que não será fácil mudar hábitos instalados e acabar com vícios que afectam o funcionamento do Estado, empresas e mercados.
Apesar disto, Cavaco Silva sublinhou que «só há um caminho». «Trabalhar melhor e poupar mais. É isso que se pede aos portugueses e é isso que os portugueses têm o direito de exigir do Estado», frisou.
Nesta declaração feita no Palácio de Belém, o Presidente da República lembrou que o Estado tem de combater o desperdício, conter os gastos e aumentar as exportações,mas não pode esquecer a justiça social.