O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, sustentou hoje em Bruxelas que a taxa de juro do empréstimo europeu a Portugal está «totalmente em linha» com a do FMI e com aquelas aplicadas a Grécia e Irlanda.
Em Bruxelas, durante a apresentação das Previsões da Primavera da Comissão Europeia, Olli Rehn justificou a taxa de juro que Portugal deverá pagar pelos empréstimos europeus ao abrigo do programa de assistência financeira que deverá ser aprovado no início da próxima semana pelos ministros das Finanças da União Europeia, e que deverá rondar os 5,5 por cento.
Sublinhando que «um dos objectivos» do programa de resgate é «travar a espiral de dívida pública, de modo a que esta deixe de ser um fardo para os cidadãos portugueses», Olli Rehn indicou que, «neste contexto, a taxa de juro dos empréstimos europeus foi decida completamente em linha com os princípios e política de preços do FMI».
Enquanto a taxa de juro que Portugal deverá pagar pela parte do empréstimo proveniente do FMI (26 mil milhões de euros) será, inicialmente, de 3,25 por cento, aquela referente aos empréstimos europeus (52 mil milhões de euros) deverá rondar os 5,5 por cento, uma diferença que Rehn atribuiu à natureza diferente das taxas de juro aplicadas por FMI e ao nível europeu.
«A diferença nos números deve-se ao facto de o FMI utilizar taxas de juro variáveis, enquanto nós usamos taxas de juro fixas», disse, acrescentando que tal foi «escrutinado metodologicamente no Eurogrupo pelos Estados-membros» e sublinhando que as taxas de juro aplicadas aos empréstimos europeus estão assim «cientificamente ao mesmo nível que as do FMI».
O comissário acrescentou ainda que as taxas de juro para o resgate europeu a Portugal «estão também em linha com as taxas de juro grega e irlandesa, que foram também decididas por Portugal, enquanto membro da Zona Euro e da União».