O antigo chefe militar dos sérvios da Bósnia disse, esta sexta-feira, diante do juiz, que é um homem extremamente doente e que precisa de mais tempo para reflectir sobre o que foi dito em tribunal.
Numa voz sempre calma, Ratko Mladic, preso a 26 de Maio na Sérvia depois de 16 anos de fuga, fez questão de apresentar-se como general.
Perante o colectivo de juízes do Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia, o antigo chefe dos militares da Bósnia afirmou ser um homem extremamente doente.
Vestido de fato, camisa e gravata, tudo cinzento, e sempre a falar em sérvio, Mladic explicou que ainda não leu as 37 páginas da acusação e fez saber que precisaria de pelo menos dois meses para organizar uma boa defesa.
Ratko Mladic não queria ouvir a acusação, mas, mesmo assim, o juiz que preside ao Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia, em Haia, na Holanda, fez questão de ler um sumário da acusação.
Com um ar impassível, Ratko Mladic ouviu as acusações e por vezes abanou ligeiramente a cabeça.
No final, Mladic recusou responder de imediato se é culpado ou inocente. Quer ler a acusação, reflectir e falar com os advogados.
Disse que precisa de mais de um mês para responder às palavras «monstruosas» que ouviu nesse momento. Foi assim que classificou uma acusação que não compreende.
Mladic é acusado de perseguição, extermínio, assassínio, deportação, actos desumanos e tomada de reféns cometidos durante a guerra da Bósnia (1992-1995), da qual resultaram 100 mil mortos e 2,2 milhões de deslocados.
A próxima sessão ficou marcada para 4 de Julho.