Os crimes de incêndio florestal registados pelas forças de segurança diminuíram 29 por cento no ano passado, mas, em contrapartida, aumentou a área ardida face a 2009.
A altura mais problemática do combate aos incêndios florestais começa a 1 de Julho e termina a 30 de Setembro (fase Charlie), contando, este ano, com 41 meios aéreos (menos 14 do que no ano passado) e 9210 elementos, uma diminuição em relação a 2010 devido à contenção da despesa pública, escreve a Lusa.
Apesar do aumento da área ardida em 2010, o número de crimes de fogo posto em floresta, mata, arvoredo ou seara foi de 6764, um valor inferior ao totalizado em 2009 (9545).
No ano passado arderam mais de 130 mil hectares de floresta e mato, originando 22 mil ocorrências. Em contrapartida, em 2009 arderam cerca de 87 mil hectares num total de 26 mil ocorrências participadas.
Dados do Ministério da Administração Interna indicam que o maior número de crimes foi registado nos distritos de Braga, Viana do Castelo e Porto.
O aumento do número de incêndios, nomeadamente no norte e centro do país levou a que a Polícia Judiciária reforçasse as equipas de investigação com mais 60 elementos no Verão passado.
Na contabilização final de 2010, a PJ abriu 742 inquéritos-crime e deteve 50 incendiários. Não há ainda dados sobre a decisão judicial destes casos.
Há vários anos a estudar os perfis dos incendiários, o departamento de psicologia da PJ concluiu que mais de metade têm antecedentes criminais por pequenos furtos, problemas psiquiátricos e de alcoolismo, são solteiros ou divorciados, analfabetos e sem profissão definida.
Segundo um estudo da PJ,cerca de 55 por cento dos incendiários têm antecedentes psiquiátricos associados ao alcoolismo, nos homens, e à depressão, nas mulheres, e alguns apresentam «atrasos mentais significativos».
Este grupo começa por negar o acto criminoso que praticou, ateia os fogos entre as 12 e as 20 horas, próximo do local onde vive e com um simples fósforo ou um isqueiro.