Em entrevista ao DN, Jorge Silva de Carvalho, antigo director do SIED, assume que enviou alguns emails sobre o assunto noticiado pelo Expresso, mas sem violar o dever de sigilo.
O antigo director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), Jorge Silva de Carvalho, confessou, em entrevista ao Diário de Notícias (DN), que que enviou emails do seu computador pessoal sobre algumas matérias referidas pelo semanário Expresso.
No entanto, todos eles, os emails tiveram uma justificação. Não existiu, assegura, qualquer violação do dever de sigilo, acrescentando que os serviços de informações não colaboram, por regra, com as empresas privadas mas há excepções.
Essa colaboração existe quando as empresas são estratégicas para o interesse do Estado. O antigo director das "secretas" garante, nesta entrevista, que fez tudo dentro da lei, de forma registada, documentada e com autorização superior.
Mais explicações, nomeadamente sobre o conteúdo dos emails que admite ter enviado, ficam para a audição na Assembleia da República que o próprio solicitou.
Ainda nesta entrevista ao DN, Jorge Silva de Carvalho aproveita para dizer que não é «nenhum menino de coro, mas há limites».
O antigo director do SIED revela-se, por isso, «indignado» com as notícias das ultimas semanas, referindo estar a ser alvo de um «linchamento público».
Jorge Silva de Carvalho garante também que o «processo de transição para a Ongoing», onde trabalha actualmente, «foi o mais transparente possível».
Sobre o alegado inquérito pedido pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sobre o antigo administrador da TVI, Bernardo Bairrão, o antigo chefe das "secretas" diz que não comentar mas dá a entender que esse tipo de relatórios são normais na relação entre serviços de informações e governos.
Entretanto, Jorge Silva de Carvalho vai apresentar até amanhã sexta-feira) uma queixa-crime por violação da correspondência e privacidade. Em causa está a divulgação pública de um email pessoal do antigo director das "secretas" pelo jornal Expresso.