Em declarações à TSF, o ex-presidente do PSD considerou que ainda é cedo para fazer uma avaliação global, mas aconselhou o Governo a explicar melhor os aumentos de preços e impostos.
No PSD somam-se as vozes de contestação à actuação do Governo.
Ouvido esta manhã pela TSF, o antigo presidente "laranja", Rui Machete, defendeu que Pedro Passos Coelho não deve ceder à contestação mas deve saber explicar melhor os aumentos dos preços e carga fiscal.
«O Governo tem reagido globalmente bem. É verdade que começou pelos impostos, que aliás é mais simples do que pelos cortes na chamada "gordura" do Estado, e naturalmente que as pessoas começam a reagir», referiu Rui Machete.
«Mas ainda é cedo. Quando for a apresentação da proposta do orçamento podemos ter uma ideia mais clara de qual é a política geral do Governo em termos de reformas do Estado» mas, acrescentou, «há evidentemente um aspecto em que o Governo não tem sido muito feliz: não tem explicado as coisas com suficiente clareza».
«É evidente que a explicação básica é a situação que vivemos, mas é bom explicar de uma maneira concreta e, sobretudo, não ceder a críticas fáceis», aconselhou.
Rui Machete explicou ainda que «quando o Ministério das Finanças começa a pensar nos cortes, faz cortes um pouco cegos e cabe depois a cada ministério analisar os problemas e tentar encontrar soluções mais afinadas do ponto de vista de cada uma das matérias».
«Penso que [também] aí nem sempre os ministérios têm seguido o melhor caminho», afirmou o social-democrata, dando como exemplo a necessidade de rever a política de apoio às empresas quanto ao crédito, frisando que «é uma questão essencial para promover as exportações ou para obter receitas fiscais».