Na TVI, o antigo líder do PSD fez duras críticas à actuação do Governo e considerou que Passos Coelho deu uma prova de insegurança ao falar na hipótese de tumultos sociais.
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No encerramento da Universidade de Verão do PSD, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho prometeu fazer de 2012 «o ano do princípio do fim da emergência nacional», uma declaração criticada por Marcelo Rebelo de Sousa que lembrou como será difícil o próximo ano.
«Isto não bate certo com o que disse o ministro Vítor Gaspar, ou melhor bate certo, é evidente, o princípio do fim é sempre quando nós quisermos dizer que é o princípio do fim mas o próximo ano é o ano em que se aplicam os cortes todos», lembrou.
«Dizer-se-à 'isto é o princípio do fim porque o ano seguinte espera-se que será um bocadinho melhor', sim, mas ele [Pedro Passos Coelho] não pode correr o risco do facilistimo de Sócrates, que passava a vida a dizer isso», defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.
O antigo líder "laranja" criticou também Pedro Passos Coelho por ter falado, em Campo Maior, da hipótese de tumultos sociais, considerando que deu uma prova de insegurança.
«Não acho boa ideia que Passos Coelho passe a vida a falar de manifestações e da violência nas ruas porque é uma prova de insegurança e de fraqueza, não é de força. Portanto deve evitar, na medida do possível, esse tipo de prova», sublinhou.
No habitual comentário na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa aconselhou ainda o Governo a apresentar rapidamente a estratégia de reforma do Estado frisando que a receita do aumento de impostos não pode continuar.
«Acho que o Governo fez isto mal feito porque foi feito às pinguinhas, deu a sensação de improviso e não de um plano global. E este aumento no IRS e IRC parece que foi a pedido de várias famílias, isto é, depois de se dizer 'olha que aumentam aos pobres e não aumentam nada aqueles que têm um bocadinho mais'», contestou Marcelo Rebelo de Sousa.