O plano de reestruturação financeira da RTP, pedido pelo Governo, vai ser entregue na terça-feira ao ministro dos Assuntos Parlamentares, indicou à agência Lusa fonte do gabinete da tutela.
O referido plano está pronto desde a semana passada, garantiu há dias fonte oficial da RTP à Lusa, e só não foi entregue no prazo inicialmente previsto, 15 de Setembro, porque o ministro com a tutela da comunicação social se encontrava no Brasil, nas celebrações do centenário da Câmara de Comércio Portuguesa do Rio de Janeiro.
O documento tem como objectivo abordar o futuro mais próximo da RTP «com maior optimismo e maior eficiência», declarou já Miguel Relvas.
No começo de Agosto, no final de uma visita ao canal público, o ministro anunciou a data de 15 de Setembro como a limite para a apresentação de um plano de reestruturação financeira da RTP.
«Estamos a falar de canais de televisão e rádio públicos, que têm de ter objectivos de eficiência. Os investimentos que aqui são feitos são feitos com o dinheiro dos contribuintes portugueses e esse grau de exigência tem de existir», disse então Miguel Relvas.
Recentemente, numa audição parlamentar, Miguel Relvas primeiro e Guilherme Costa, presidente da RTP, posteriormente, anunciaram a redução para quatro horas diárias da produção da RTP Açores e da RTP Madeira, uma das medidas que deverá englobar o plano de reestruturação da empresa.
De acordo com Miguel Relvas, são gastos 11,7 milhões de euros por ano na RTP Madeira e 13 milhões de euros na televisão açoriana, valores considerados demasiado elevados.
Guilherme Costa, também ouvido no Parlamento, reconheceu que a RTP Açores e a RTP Madeira «têm custos excessivos» e podem trabalhar com menos meios.
Miguel Relvas defendeu também uma «gestão criteriosa» na RTP e na agência Lusa, reforçando o desejo de «potenciar sinergias» entre as duas empresas, nomeadamente na «partilha de instalações e meios» em delegações no estrangeiro, por exemplo.
Em paralelo, um grupo de trabalho liderado pelo economista João Duque tem vindo a estudar o conceito de serviço público de comunicação social, devendo ter pronto em Outubro as conclusões do seu trabalho.