Os passageiros dos transportes públicos arriscam-se a enfrentar novos aumentos extraordinários se não houver um corte dos custos operacionais das empresas «na ordem dos 20 por cento».
O anúncio foi feito pelo secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, que falava à margem da apresentação do Anuário do Sector Empresarial do Estado, na Universidade Católica em Lisboa.
O governante explicou que apenas um corte dos custos operacionais das empresas de transportes «na ordem dos 20 por cento» permitirá ao Governo evitar novos aumentos extraordinários.
O secretário de Estado das Obras Públicas recusou ligar o objetivo do abate de 20 por cento dos custos à necessidade de despedimentos nas empresas em causa, preferindo sublinhar que o corte será feito fundamentalmente à custa da eliminação de «redundâncias» e de «ineficiências».
A título de exemplo, o governante referiu-se a casos em que o Metro de Lisboa e a Carris cobrem exactamente os mesmos percursos com horários e desempenho semelhantes, sublinhando que redundâncias como estas serão «eliminadas».
Certo, fez questão de deixar claro, é que para que o Governo consiga indexar o aumento dos transportes à evolução da taxa de inflação tem que, até lá, abater 20 por cento aos actuais custos operacionais das empresas de transportes públicos.
O governante sublinhou que até sexta-feira será entregue às «autoridades competentes» o Plano Estratégico dos Transportes, conforme acordado. «Nós cumprimos os prazos», garantiu.