A Síria vive uma crise humanitária sem precedentes. A análise é do Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Mousab Azzawi, coordenador desta ONG, alerta para a gravidade da situação.
Mousab Azzawi, coordenador do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, adianta que na cidade de Homs a situação é mais grave, as pessoas estão isoladas e são atacadas pelas forças de Bashar Al-Assad, «não têm acesso a água limpa e estão há sete dias sem electricidade».
«A cidade está cercada. Ninguém entra ou sai, as crianças não têm leite, as pessoas não têm comida. As forças de segurança disparam indiscriminadamente sobre as casas, usam tanques para atacarem as habitações, as pessoas estão a morrer dentro das suas próprias casas», acrescentou.
Há cinco dias que as forças do regime estão a bombardear Homs, uma cidade pequena, no centro da Síria, que se divide entre a parte moderna e a antiga.
Mousab Azzawi adianta que a cidade «está totalmente cercada por tanques, quase três centenas de tanques e de veículos armados. Ninguém pode entrar ou sair. Há barreiras por todo o lado e prendem indiscriminadamente».
A ajuda não chega e quem a procura é impedido. O coordenador do Observatório Sírio dos Direitos Humanos conta que só nos útlimos três dias 16 médicos foram presos em casa.
«Todos os hospitais privados foram alvejados pelas forças de segurança, se alguém procura ajuda não é autorizado. Se tentarem uma clínica privada o médico é preso, porque não tem autorização para tratar qualquer doente», explica.
Esta manhã a oposição síria pediu protecção internacional para os civis. Mousab Azzawi considera urgente esta ajuda e faz dois pedidos à comunidade internacional.
«Não queremos uma zona de exclusão aérea porque temos informação, confirmada, de que pequenos aviões usados pelos agricultores para espalhar pesticida, estão a ser usados, não se sabe por quem. Ainda ontem espalharam um pó laranja sobre a cidade de Homs, não se sabe o que era, não queremos um novo genocídio. Também pedimos a criação de uma zona segura. As pessoas estão assustadas e precisam de um local para onde possa fugir, todos são um alvo para as forças de segurança», acrescenta.
De acordo com as Nações Unidas cerca de três mil pessoas morreram desde que começaram as revoltas populares na Síria.