Política

Soares apela à «mobilização» dos portugueses face à austeridade

Mário Soares Direitos Reservados

Mário Soares, antigo Presidente da República, é o primeiro subscritor de um texto que sugere a «participação cívica e política dos cidadãos» face à austeridade.

Não se pode «saudar a "rua árabe" e temer as nossas próprias ruas», diz este texto no qual os subscritores, encabeçados por Mário Soares, apelam à «participação cívica e política dos cidadãos».

Em declarações à TSF, o antigo Presidente da República conta como surgiu a ideia: «Encontrámo-nos e começámos a conversar e daí saiu que devíamos fazer um apelo à mobilização, porque estamos muito preocupados com o que se está a passar, fundamentalmente com a destruição do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com a situação no mundo do trabalho, com o desemprego crescentíssimo, com o mal-estar que há na sociedade portuguesa».

Um mal estar que leva, desde logo, à greve geral desta quinta-feira. Mário Soares garante, no entanto, que este apelo à mobilização nada tem a ver com a greve: «Não estamos a falar da greve, senão teríamos falado da greve. A greve é outra coisa».

O fundador do PS - e outros nomes da esquerda, como os deputados socialistas Isabel Moreira e Pedro Alves (também líder da JS), Medeiros Ferreira, Joana Amaral Dias e Vítor Ramalho - denunciam também a política de privatizações.

Mário Soares dá o exemplo da RTP, mostrando-se «absolutamente contra» e explica porquê: «Primeiro, porque não vai dar nada e aquilo vai ser passado por um preço insignificante. Quem vai comprar agora aquilo? Um estrangeiro? Vamos dar a nossa televisão a um estrangeiro?»

Mário Soares sublinha que a austeridade «é indispensável, mas tem que haver limites».

«Eu estou convencido que esses limites estão a ser muito ultrapassados e estamos cada vez mais a cair na recessão e daqui a um ano estamos pior e isso é gravíssimo», remata.