António José Seguro voltou a pedir uma maior intervenção do BCE para responder à crise e considerou que havia alternativas às decisões tomadas esta semana em Bruxelas.
Para o líder socialista, que esteve este sábado na Lousã, enquanto as pessoas se debatem com problemas de emprego e de protecção social e as empresas com problemas de financiamento, os líderes europeus só se preocupam em inscrever o limite do défice orçamental nas constituições dos Estados.
Na opinião de António José Seguro, havia outras propostas em cima da mesa, como «a possibilidade de o Banco Central Europeu (BCE) poder intervir no mercado primário, isto é, entre outras competências a de poder emitir moeda». «Se pode emprestar dinheiro aos bancos, porque não deve poder emprestar dinheiro aos Estados?», questionou.
O líder socialista considerou que se aplica na Europa, como em Portugal, a receita da austeridade pela austeridade.
«A disciplina orçamental é muito importante, deve haver rigor na gestão das contas públicas e orçamentos equilibrados», defendeu, acrescentando, contudo, que «essa não deve ser exclusivamente a prioridade da União Europeia».
«A prioridade deve também dar lugar ao crescimento económico e ao emprego», frisou.
O secretário-geral do PS reforçou que os líderes europeus só se preocupam com a «disciplina orçamental e com sanções».
Por isso, deixou uma pergunta em tom de aviso: Já alguém arranjou dinheiro para pagar a sua dívida ficando mais pobre?