Apesar de ter ficado sem verbas comunitárias do QREN, a Douro Azul disse que estava preparada para assinar o cheque e mandar construir quatro barcos nestes estaleiros.
Os Estaleiros de Viana do Castelo perderam um negócio de dezenas de milhões de euros que envolvia a construção de quatro navios para a empresa de passeios turísticos Douro Azul e que estava a ser negociado há meses com a Empordef.
O contrato-promessa relativo ao projecto Douro Global, que poderia render cerca de 45 milhões de euros, foi assinado no final de 2011 e ficou a aguardar "luz verde" do QREN, cujo prazo terminou no final de Fevereiro sem as verbas comunitárias.
Apesar de a Empordef considerar que o negócio não poderia avançar, a Douro Azul garante que estava pronta para passar o cheque, dado que a pré-aprovação por parte do QREN era suficiente para impedir que o contrato-promessa caducasse no final de Fevereiro.
«No dia 29, tinha mandado dois contratos já a vincular-me para o estaleiro e bastava que eles os assinassem para passar o cheque. O projecto Douro Global teve uma avaliação positiva em Dezembro e teve a 27 de Fevereiro um pré-vínculo contratual, quase uma cativação de verbas», explicou o presidente da Douro Azul.
Na opinião de Mário Ferreira, que lamenta que os trabalhadores saiam mais uma vez prejudicados, recordou que «a partir de Dezembro, qualquer empresário que tenha pré-aprovação pode dar início à construção do projecto desde que tenha dinheiro para isso».
«Tenho dois exemplos vivos e a funcionar de duas embarcações bem feitas por aqueles homens. Eles não têm culpa de ter uma má liderança e uma má gestão. Aqueles estaleiros só não são viáveis pela sucessão de má gestão que tem tido», adiantou o empresário.
Mário Ferreira diz ter recebido uma proposta mais barata por parte de uma empresa holandesa, mas diz que prefere manter o negócio em Portugal e por isso a Douro Azul está a negociar com a Martifer.