A JSD considerou hoje que os supostos "donos" do 25 de Abril já se fizeram ouvir durante tempo demais e que a democracia em Portugal terá mais sucesso quanto menos depender dos agentes da revolução de 1974.
«Dizemos, sem amarras, que o sucesso da marca do 25 de Abril e da conquista da democracia será tanto maior quanto menos depender dos agentes da mudança de 1974, não porque contra eles se cumpra melhor a revolução, mas porque será sem eles que as futuras gerações tomarão o encargo de a honrar e preservar», afirmou a JSD, através de uma nota à imprensa.
Numa reação às ausências dos históricos socialistas Mário Soares e Manuel Alegre nas comemorações oficiais da "Revolução dos Cravos" na Assembleia da República, em solidariedade com a Associação 25 de Abril, a JSD contestou o argumento de que não faz sentido celebrar a "Revolução dos Cravos" sem os militares que a fizeram.
«Mas de quem é o 25 de Abril, ousamos perguntar? Durante tempo demais ouvimos os supostos 'donos' da revolução a dizer-nos o que foi, o que é e o que será o 25 de Abril. Ao assumirem uma noção proprietária do regime democrático, não cuidaram sequer de perceber que estavam a negar a própria essência da democracia. Se há um dono da revolução, independentemente dos protagonistas, ele só pode ser um: o povo português», considerou a JSD.
A organização de juventude do PSD, presidida por Duarte Marques, sustentou ainda que, nestes 38 anos, «muitos mais foram e muitos mais serão os que, depois de 1974, ajudaram e ajudarão a cumprir Abril todos os dias».
No seu entender, o 25 de Abril é sobretudo «um valioso ideário democrático para os que se seguirão», mais do que para as gerações atuais.
«Podem tentar corromper as celebrações, mas não conseguirão apagar a acendalha da liberdade democrática nem quebrar a fé na democracia», acrescentou a JSD.
Por outro lado, a JSD defendeu que, nas atuais circunstâncias, «para se construir Abril», é preciso «rapidamente recuperar a soberania que outros hipotecaram», e deixou críticas a Manuel Alegre e Mário Soares: «Essa é a única amarra que nos prende, mas que os ausentes de amanhã não ousaram denunciar no passado recente».
Nesta nota à imprensa, intitulada, "25 de Abril, sempre, mesmo!", a JSD prometeu que, independentemente de discordar da «atitude divisionista empreendida por alguns dos heróis de Abril», vai cumprir «o imperativo, a honra e o orgulho de prestar o devido tributo ao conjunto das forças (civis, políticas e militares) que tornaram o quotidiano democrático uma possibilidade», incluindo «os que voluntariamente se ausentam».