O ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, vai depor na Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) sobre o caso com o jornal Público, esta quinta-feira, às 9h00.
Ainda de manhã, será a vez da diretora do Público, Bárbara Reis, prestar esclarecimentos ao regulador, no âmbito do inquérito em curso, confirmou à Lusa fonte da ERC.
Na quinta-feira, será ainda ouvida a editora de Política do Público, Leonete Botelho.
O conselho de redação do Público afirmou na sexta-feira, dia 18, que Miguel Relvas ameaçou queixar-se ao regulador do setor, promover um "blackout" de todos os ministros ao jornal diário e divulgar, na Internet, dados da vida privada de uma jornalista, se fosse publicada uma notícia sobre o caso das secretas.
A notícia pretendia evidenciar "as incongruências" das declarações do ministro, na terça-feira, no Parlamento, sobre o caso das secretas, mas acabou por não ser publicada.
Mais tarde, o Público noticiou que Miguel Relvas pedira, nesse dia, desculpa ao jornal, depois de a direção ter feito um protesto por "uma pressão" do governante sobre a jornalista que acompanha o caso das secretas. Pedido de desculpas feito no mesmo dia em que o gabinete do ministro refutou a denúncia do conselho de redação do Público.
A ERC anunciou o início de averiguações ao caso, revelando que recebeu «uma série de documentos» enviados «por iniciativa própria» pelo ministro.
O primeiro-ministro comentou o assunto, dizendo que o governo «não faz chantagens ou pressão sobre a comunicação social».
O líder do PS, António José Seguro, disse que quando há dúvidas sobre o comportamento de membros do Governo «elas devem ser cabalmente esclarecidas. Não pode ficar nenhuma dúvida, doa a quem doer e seja quem for».
O Presidente da República, em Jacarta, escusou-se a comentar o caso por ser «objeto de polémica político-partidária», mas garantiu que o primeiro-ministro o tem informado de «tudo o que se passa» nas secretas.
A maioria PSD e CDS-PP, que tinha pedido adiamento das audições no parlamento até ao final das conclusões da ERC, chumbou os pedidos feitos pelo PS e pelos Verdes para ouvir o ministro e os restantes envolvidos no caso, enquanto o presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) admitiu não ter uma previsão sobre o tempo que irá demorar o processo de averiguações.