O Sindicato dos Professores do Norte desconfia das intenções do Governo ao não esperar pelo estudo de Roberto Carneiro sobre as Novas Oportunidades, optando por dar relevo a um outro estudo que liga o programa à empregabilidade.
Segundo Carlos Midões, do Sindicato dos Professores do Norte, o último estudo apresentado recentemente pelo Governo «parece uma coisa um bocado encomendada para demonstrar que a empregabilidade não está a ter tanto sucesso com este modelo» das Novas Oportunidades.
«O Governo pretende ligar a dificuldade que estas pessoas que frequentaram este tipo de modelo tiveram na obtenção de emprego quando há uma crise de emprego e um aumento do desemprego permanente», afirmou o dirigente do sindicato que, no âmbito das comemorações do seu 30º aniversário, organizou um seminário sobre «as políticas europeias para a educação e formação de adultos e sua implementação em Portugal», nomeadamente através das Novas oportunidades.
Para Carlos Midões, «num país que tem um número tão elevado de desempregados, não é o modelo de qualificação que vai resolver os problemas de empregabilidade porque este é um problema de desenvolvimento económico».
«De um momento para o outro, pretende-se alterar completamente o modelo sem se fazer um balanço sério, que admito que pudesse ser feito pelo estudo encomendado pelo anterior Governo a Roberto Carneiro», disse.
«Aquilo que a secretaria de Estado disse no último documento é um conjunto insignificante de ideias, que não me parece fazer nenhuma alteração», afirmou ainda.
O dirigente do Sindicato dos Professores do Norte está convencido de que «a oferta na área de educação de adultos vai ser diminuída garantidamente ou mesmo completamente destruída, lançando-se para a opinião pública a ideia de que a afetação de verbas será para a formação profissional».