O PS considerou que o relatório do Tribunal de Contas sobre subconcessões rodoviárias é mais uma peça para o apuramento dos factos.
A posição dos socialistas foi transmitida pelo líder parlamentar, Carlos Zorrinho, depois de confrontado com o teor do relatório do Tribunal de Contas sobre a renegociação dos contratos para a introdução de portagens nas antigas SCUT (vias sem custos para o utilizador).
«A negociação destes contratos, tendo em vista a introdução de portagens reais, veio implicar uma alteração substancial do risco de negócio, garantindo às concessionárias um regime de remuneração mais vantajoso, imune às variações de tráfego, traduzindo-se, na prática, numa melhoria das suas condições de negócio e de rendibilidade acionista em comparação com outras PPP [parcerias público-privadas] rodoviárias (em regime de disponibilidade)», lê-se no relatório do TC.
O ex-secretário de Estado das Obras Públicas Paulo Campos, visado nesse relatório, abandonou a reunião da bancada do PS sem prestar declarações aos jornalistas.
Já o presidente do grupo Parlamentar do PS referiu que a sua bancada «votou a favor, sem nenhuma dúvida, da constituição de uma comissão de inquérito» sobre as parcerias público-privadas no setor rodoviário.
«Ao longo do funcionamento da comissão de inquérito, tem sido sempre o PS a facilitar o apuramento da verdade, não impondo grelhas de tempos, não limitando a vinda de ninguém em sede de comissão e a pretender analisar todas as parcerias. Pelo contrário, a maioria PSD/CDS tem feito um esforço de afunilamento da investigação, selecionando parceiras (não quer avaliar todas) e focalizando ataques em pessoas», disse.
Sobre o relatório do Tribunal de Contas, Carlos Zorrinho considerou que «é mais uma peça para análise, que será junta a muitas outras peças, de forma a que no final se tirem conclusões».
«Mas é lamentável que a maioria PSD/CDS pareça que não quer apurar a verdade, que não queira salvaguardar o interesse do país e que não queira tirar lições para o futuro. A maioria PSD/CDS parece apenas interessada em afunilar a investigação para fazer ataques personalizados», acrescentou.