Margarida Santos, apoiante da lista alternativa à da direção do Bloco de Esquerda, fez hoje críticas à «desvalorização» das bases do partido e insistiu no ataque à forma como foi decidido o novo modelo de direção.
Numa intervenção na VIII Convenção do Bloco de Esquerda, no Pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa, Margarida Santos sublinhou que não se trata de uma crítica aos nomes apontados para a liderança, mas à forma como foi feito o anúncio desta nova solução para o Bloco de Esquerda (BE).
«O que se passou com o anúncio do novo modelo de direção do Bloco não é aceitável. Não me refiro naturalmente aos nomes. reconheço nos camaradas indicados a melhor das capacidades para assumir a coordenação do partido. O que não é aceitável é que o líder, no exercício das suas funções, indique um novo tipo de liderança do partido e os nomes que o devem assumir», criticou Margarida Santos.
A bloquista, assessora do grupo parlamentar, acrescentou ainda que este «é um debate que deve, de facto, nascer de dentro do partido, deve chegar à Mesa Nacional e ser debatido e decidido em convenção. Qualquer outro procedimento fica fora do funcionamento democrático que se exige. A próxima direção do Bloco deve olhar para este episódio como irrepetível».
Margarida Santos disse ainda haver «desconfiança em relação à capacidade de decisão das bases» e uma desvalorização da sua importância. A bloquista referiu que «as estruturas intermédias» do partido são dominadas por «funcionários» e «uma cópia das organizações partidárias» que o BE tanto critica.
Neste contexto, a candidata da moção B à Mesa Nacional pediu um partido «a dialogar mais com as suas bases» e disponível para «ouvir o que têm para dizer, agindo em consonância».