Justiça

Vale e Azevedo já deu entrada no Estabelecimento Prisional de Lisboa

Vale e Azevedo na chegada a Lisboa Global Imagens

O ex-presidente do Benfica, Vale e Azevedo, foi hoje extraditado do Reino Unido e já se encontra no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL).

Vale e Azevedo foi escoltado no voo entre Londres e Lisboa por dois elementos da Polícia Judiciária (PJ), que o entregaram no EPL, revelou fonte policial à agência Lusa.

Após esgotar os recursos judiciais em Londres para lutar contra o mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas, o ex-advogado e antigo presidente do Benfica decidiu entregar-se, esta manhã, às autoridades britânicas.

Vale e Azevedo é atualmente arguido num processo em julgamento no Campus da Justiça, em que é acusado de apropriação indevida de mais de quatro milhões de euros do Benfica, branqueamento de capitais, abuso de confiança e falsificação de documento.

Os problemas de Vale e Azevedo com a justiça são antigos e diversos:

As investigações judiciais começaram em 2000, ano em que Vale e Azevedo terminou o mandato como presidente do Benfica.

O advogado, com carteira suspensa, esteve três anos à frente do clube da Luz, mas as suspeitas da justiça colocaram Vale e Azevedo no centro de vários casos e muitos milhões de euros apropriados de forma ilegal.

No primeiro desses processos, conhecido como caso Ovchinnikov, Vale e Azevedo foi acusado de ter ficado com 193 mil contos, perto de um milhão de euros, da transferência do guarda-redes russo Serguei Ovchinnikov do Benfica para o Alverca.

Neste processo, Vale e Azevedo foi condenado a quatro anos e meio de cadeia efetiva e ficou detido no estabelecimento prisional de Lisboa, em 2002.

Um ano mais tarde, o ex-dirigente encarnado começou a ser julgado no caso Euroárea, relacionado com a venda de terrenos do Benfica, mas os juízes acabaram por determinar a anulação do julgamento alegando que não foi produzida prova.

Neste caso, uma falha processual acabou por levar à libertação de Vale e Azevedo, que teve de pagar uma caução de 250 mil euros.

Já em 2007, o labirinto jurídico passou por mais dois casos: o dossier Ribafria e o caso Dantas da Cunha.

O ex-presidente do Benfica foi condenado a cinco anos de prisão por burla qualificada no processo Ribafria e a mais sete anos e meio de cadeia por crime de falsificação e outro de burla qualificada no caso Dantas da Cunha.

Em 2008, a polícia foi a casa de Vale e Azevedo para o deter, mas ele já tinha apanhado o avião para Londres.

As autoridades portuguesas emitiram um mandado de detenção europeu e desde então começou a luta de Vale e Azevedo nos tribunais ingleses para tentar travar a extradição para Portugal.

Em 2009, o Tribunal da Boa Hora determinou um cúmulo jurídico de onze anos e meio de prisão, uma pena que no ano passado encolheu para cinco anos e meio de cadeia efetiva por decisão do Supremo Tribunal de Justiça.