Economia

6º exame da troika: Esquerda fala em oportunidade perdida, PSD responde

O PS fala numa oportunidade perdida, já o PCP não tem dúvidas de que o ministro anunciou um despedimento na função pública, pelo Bloco surge a acusação de que para Vítor Gaspar quanto pior estiver o país, melhor vai a avaliação. Em resposta, o PSD salienta que há resultados positivos provando que o esforço tem valido a pena.

Para o PS, pela voz de Eurico Brihante Dias, do secretariado nacional do partido, a sexta avaliação do programa de ajustamento financeiro provou ser mais «uma oportunidade perdida» por parte do Executivo de Passos Coelho.

«Nós tivemos nesta sexta revisão mais uma oportunidade de ajustar o memorando à realidade do país. Infelizmente perdemos esta oportunidade, o Governo perdeu mais uma oportunidade de ajustar este memorando à realidade que o país vive», afirmou Eurico Brilhante Dias.

O deputado comunista Honório Novo fez uma leitura diferente do sucesso anunciado pelo ministro Vítor Gaspar.

«O sucesso é a insistência no cumprimento irracional do mesmo caminho que trouxe o país à situação de recessão em que está, de 40% desemprego nos jovens, de 55% de desemprego de longa duração, de milhares de falências, de empobrecimento do país», lembrou Honório Novo.

«E, simultaneamente, insistir num Orçamento do Estado para 2013 em que já ninguém acredita, nem sequer o Conselho de Finanças Públicas, essa entidade preguiçosa, que hoje foi defendida pelo ministro e que o país precisa de saber que, apesar de não fazer nada gasta ao país três milhões de euros em 2013», acrescentou o comunista.

Jorge Costa, do Bloco de Esquerda, preferiu sublinhar que os preparativos para os cortes de quatro mil milhões na despesa do Estado deixam a descoberto a mentira do Orçamento em debate.

«Não só o próximo Orçamento do Estado, que é votado no Parlamento daqui a uma semana, é uma mentira que implica uma revisão e um orçamento retificativo já em fevereiro do próximo ano, como este é um primeiro momento, diz Vítor Gaspar, do corte gigantesco que vai demolir a Saúde, a Educação e as pensões dos portugueses nos próximos dois ou três anos», sublinhou.

«É a política da catástrofe, e no meio dela, enquanto o país derrapa para o abismo, a avaliação é positiva», rematou o bloquista.

Ainda assim, o social-democrata António Rodrigues disse entender que depois do sexto exame, a oposição já não tem motivos de queixa.

«O tom catastrofista que é utilizado pelas oposições, julgo que decai hoje perante a avaliação positiva que foi feita pela troika. É retirada uma imagem da normalidade ou de excecionalidade mas é introduzida, até pelo tempo que durou esta avaliação, como um ato normal de verificação daquilo que o Governo fez», considerou António Rodrigues.