O novo secretário-geral da UGT, Carlos Silva, advertiu hoje que não assinará qualquer acordo de concertação com o Governo que implique a perda de direitos dos portugueses e apontou a recuperação do emprego como prioridade essencial.
Numa intervenção durante o XIX Congresso do PS, em Santa Maria da Feira, o líder sindical, recém-eleito, rejeitou ser politicamente um radical, «como alguns comentadores querem fazer crer», mas deixou um aviso.
«Mas se ser radical é defender os trabalhadores, os seus direitos e o diálogo, então serei sempre radical, esse é o meu mandato e essa é a minha luta», afirmou.
Carlos Silva acusou o Governo PSD/CDS de apresentar um programa de crescimento e emprego que "peca por tardio" e defendeu a criação de um pacto para o emprego com o PS.
«Não podem continuar a impor-nos a via do consenso quando ele implica cortes nas pensões, nos salários, nos direitos. Eu não estou disponível e não assinarei qualquer acordo que imponha a perda de direitos dos portugueses», advertiu.
Durante a reunião magna dos socialistas, o antigo ministro da Justiça Alberto Martins acusou o Governo de atuar «deixando de fora a República» e «sem legitimidade democrática substantiva ou legitimação social».
«Fazemos parte da História de Portugal, temos o direito de ser um elemento relevante do futuro que vamos construir, seguramente contra a ditadura da austeridade porque esta ditadura é uma linha de sentido único, de redução da despesa e dos custos do trabalho, de desmantelamento do Estado social, de desemprego», disse.
Por outro lado, o vice-presidente da bancada socialista Mota Andrade afirmou que o país vive «um sentimento de desespero e desilusão», com «um Governo em completo estado de negação e desagregação».