Política

Direção do CDS-PP em reflexão sobre a «situação grave» do país

O deputado do CDS-PP Abel Baptista justificou hoje a ausência de uma declaração política no Parlamento por estar a decorrer uma reunião da direção sobre a «situação grave» do país e da «vida interna» dos democratas-cristãos.

«É que estando a decorrer uma situação grave para o país, estando a decorrer uma situação grave da vida interna do CDS, deve o CDS neste momento estar a habilitar-se para poder intervir e informar o país sobre o que entende da atual situação política do país», afirmou.

Abel Baptista acrescentou que o CDS-PP não faz hoje uma declaração política no plenário da Assembleia da República «porque a declaração política do partido será feita ao final do dia pelo próprio presidente do partido», Paulo Portas.

O deputado democrata-cristão falava no plenário em «defesa da honra» da bancada, após críticas do líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, ao «silêncio do CDS».

«Não há uma pergunta do CDS, não há uma declaração do CDS esta tarde. Fechou-se no seu castelo para discutir o que vem a seguir. Um partido que tem vergonha», criticou Pedro Filipe Soares.

O deputado do BE tinha também criticado o deputado do PSD Couto dos Santos por não se ter referido ao parceiro de coligação, CDS-PP, na sua declaração política, em que fez um apelo ao «bom senso e inteligência dos políticos» e ao «sentido de responsabilidade do PS» para evitar uma crise política.

«Não falou uma única vez no nome de Paulo Portas ou do PS. Já morreu esta coligação», concluiu o deputado bloquista.

Em defesa da honra da bancada, Abel Baptista dirigiu-se ao BE afirmando que o CDS-PP é um «partido institucional, um partido que respeita as intervenções dos outros e exige o mesmo respeito na liberdade de escolha das suas intervenções».

«O CDS não está calado. A liderança do CDS neste momento está reunida, da qual fazem parte também os líderes da bancada», justificou, considerando que «em democracia», os partidos políticos «têm momentos próprios de decisão e de reflexão sobre a sua vida interna e sobre aquilo que deve ser o exercício dos seus mandatos».

Abel Batista disse à Lusa que foi indigitado pela direção da bancada para conduzir hoje os trabalhos, na ausência do presidente, Nuno Magalhães, e do vice-presidente, Hélder Amaral, membros da Comissão Executiva do partido, reunida na sede democrata-cristã, Lisboa.

O líder do CDS-PP e ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, pediu a demissão do cargo. O pedido não foi terça-feira aceite pelo primeiro-ministro.