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Comunidade internacional evita falar em golpe militar no Egito

Praça Tahrir, Egito Reuters/Asmaa Waguih

As Nações Unidas, os Estados Unidos e a União Europeia manifestaram-se preocupados com a situação no Egito, mas não condenaram a ação do Exército.

O Secretário-Geral das Nações Unidas afirmou em comunicado que a «interferência militar» nos assuntos do país é um motivo de preocupação. Para Ban Ki-moon é «crucial» que seja restaurado um governo civil no país de forma «rápida» e de acordo com os princípios da democracia.

Os Estados Unidos também evitam falar em golpe militar. A Administração Obama ordenou a revisão dos apoios concedido ao Egito e um senador norte-americano envolvido no processo, citado pela Agência Reuters, diz que se a situação for classificada como golpe militar, isso pode implicar o corte da ajuda financeira dada pelos Estados Unidos.

Em comunicado, o presidente norte-americano manifestou preocupação e defendeu um rápido regresso a um cenário com um governo eleito democraticamente.

No mesmo sentido, a União Europeia apelou a um regresso do processo democrático, com eleições presidenciais e legislativas livres e justas.

O presidente do Egito foi deposto, na quarta-feira, pelas Forças Armadas do país, que cumpriram a promessa de avançar, depois de expirado o prazo que deram para que os políticos egípcios se entendessem.

Com a constituição do país suspensa pelos militares até à realização de eleições antecipadas, Mohamed Morsi será substituído interinamente pelo presidente do Tribunal Constitucional, que toma posse hoje às 10h00.

A saída do poder do Mohamed Morsi, que estava há um ano no poder, foi festejada nas ruas do Cairo com fogo de artifício e já conta com o apoio das autoridades religiosas do país.

A mesquita e a principal escola islâmica do Cairo mostraram o seu apoio ao anúncio feito pelos militares do país, anúncio que conta também com o apoio do chefe da Igreja Ortodoxa Copta do país.

Segundo a Agência Reuters, pelo menos 14 pessoas morreram e centenas ficaram feridas nos protestos nas ruas do Cairo.

Isabel Meira/Reuters