O coordenador do Bloco de Esquerda, João Semedo, acusou ontem o Governo e o PS de andarem a criar uma «diversão e distração» na vida política portuguesa.
«Neste "totodéfice", o CDS joga no 4,5%, o PSD joga no 4%, e surpresa das surpresas, António José Seguro e o PS também se associaram a este "totodéfice" e sugerem que o défice que melhor serve o país é de 5% em 2014», criticou o bloquista.
João Semedo falava num comício do partido em Setúbal, onde se fez acompanhar da candidata do partido à presidência da autarquia local, a deputada Mariana Aiveca.
Para o coordenador do Bloco de Esuqerda (BE), qualquer das metas para o défice no próximo ano, a ser atingida, não significará menor austeridade ou menores esforços para os portugueses.
«Algum destes défices, a ser atingido, significaria menos austeridade? Significa que em 2014 os impostos em vez de aumentar iriam diminuir? Significaria que os cortes (...) seriam devolvidos aos portugueses e ao país? Certamente que não», considerou, perante uma plateia de algumas dezenas de espetadores.
Semedo lançou também um desafio ao PS e ao seu secretário-geral, António José Seguro, pretendendo o BE saber se, na eventualidade de ser dado o aval pela troika para um défice de 5% no final de 2014, os socialistas votarão de modo diferente do anunciado o Orçamento do Estado (OE) para o próximo ano (O PS já anunciou o voto contra).
PSD e CDS-PP foram também visados por João Semedo pelo «medo» que sentem sobre os resultados das autárquicas de 29 de setembro.
«É preciso enganar, distrair, confundir, baralhar. É preciso trapaça política. É isso que o PSD e o CDS querem nesta campanha eleitoral (...). O Governo quer sacudir a água do capote», declarou, referindo-se a diferentes declarações recentes de membros do Executivo e dos partidos que o compõem sobre a troika e as suas instituições, nomeadamente o Fundo Monetário Internacional (FMI).
«Se a política de austeridade continuar e agravar-se em 2014 todos os indicadores vão ficar piores. (...) No dia 29 de setembro a austeridade vai a votos. E nós vamos derrotar a política de austeridade», frisou.