Economia

FMI defende mutualização da dívida europeia

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O FMI defende a mutualização da dívida europeia e a criação de fundos anti-crise a nível nacional e europeu. O fundo diz ainda que a zona euro deve avançar para a harmonização da política fiscal.

Num relatório publicado esta quarta-feira, um conjunto de técnicos do fundo argumenta ainda que os 17 países que partilham a moeda única devem avançar para uma harmonização da política fiscal que passa pela cedência de parte da soberania orçamental.

Esta crise, escrevem os técnicos do FMI, trouxe à tona a globalização financeira, sendo que os problemas locais podem rapidamente alastrar a outros países.

Para evitar futuras crises na zona euro, a harmonização fiscal é um caminho a considerar de forma muito séria pelos 17 países que partilham a moeda única, que devem estar preparados para abdicar de pelo menos parte do controlo sobre os próprios orçamentos.

Sem referirem países concretos, os especialistas dizem que a zona euro não pode dar-se ao luxo de repetir políticas fiscais imprudentes levadas a cabo nalguns estados-membro; por isso, devem receber incentivos para não as voltar a aplicar e ameaças fortes para o caso de o fazerem.

A disciplina fiscal permitiria a criação de fundos anti-crise que devem funcionar a nível nacional e europeu.

Por sua vez, esses fundos abririam a possibilidade de se avançar para a mutualização da dívida. Os técnicos não lhes chamam 'eurobonds', mas falam em instrumentos de emissão de dívida a nível europeu que permitiriam acudir a países em apuros.

Os técnicos do fundo identificam também a segurança social como uma área candidata a centralização, pelo que escrevem que o controlo de pelo menos parte dos fundos destinados ao pagamento dos subsídios de desemprego deve passar para Bruxelas. Não fica claro se isso implica também uma harmonização do valor da prestação.