O FMI entende que baixar salários é o caminho para combater o desemprego. É o que vai defender quando regressar a Portugal para a oitava avaliação do programa de ajustamento.
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Na lógica dos técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) manter os mesmos ordenados, sobretudo no caso de trabalhadores menos qualificados e com vencimentos mais baixos, essa estagnação está diretamente ligada ao desemprego elevado.
O FMI propõe assim novas medidas para cortar os salários mais baixos, incluindo os 485 euros do salário mínimo nacional. A estratégia passa por colocar os patrões a pagarem menos, também no caso dos jovens.
No guião a que o Diário Económico teve acesso, o FMI defende uma redução do salário pago aos jovens entre os 18 e os 24 anos ou, em alternativa, dos ordenados pagos nos primeiros dois a três anos de trabalho.
Na reunião de preparação da próxima avaliação da troika, o FMI propôs também a introdução de um contrato único para novos contratados.
A revisão das condições do despedimento por justa causa ou ainda que sejam eliminadas as cláusulas de proteção dos trabalhadores que estão nos quadros.
Dessa forma, diz o FMI, no caso de extinção do posto de trabalho por motivos económicos, as empresas deixam de ser forçadas a dispensar funcionários com contratos temporários quando por vezes eles são mais produtivos do que os trabalhadores que estão nos quadros.