Malala Yousafzai, que hoje recebeu o prémio Sakharov das mãos do presidente do Parlamento Europeu, prometeu continuar a defender a educação das crianças e os direitos básicos da população.
A ativista paquistanesa, que dedicou o prémio aos «heróis anónimos do Paquistão e a todas as pessoas que lutam pelos seus direitos básicos», salientou que há muitas crianças no mundo que, sem acesso a comida nem a água continuam a ter «fome de educação» e apelou a uma mudança de ideologia".
Estas crianças «não querem iphones, nem Xbox, nem Playstations, só querem um livro e uma caneta», afirmou no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
A jovem paquistanesa de 16 anos sublinhou que «este prémio de prestígio» a encoraja a continuar a desenvolver a sua luta e acrescentou que «há esperança» para as vítimas da violência, do abuso sexual, do terrorismo, enquanto as crianças tiverem pessoas que falem por elas e tomem uma ação.
Martin Schulz elogiou a «rapariga que quer ser lembrada pela sua luta pela educação e não por ter sido baleada pelos talibãs» e considerou que Malala é já «um símbolo global da resistência contra o fanatismo e a favor dos direitos das crianças».
Malala Yousafzai contestou o encerramento das escolas para raparigas pelos talibãs e começou um blogue sob o pseudónimo Gul Makai, tornando-se muito popular.
Quando a sua identidade foi revelada, foi alvo de ameaças que culminaram, em outubro de 2012, numa tentativa de homicídio, quando Malala foi atingida por atiradores talibãs quando regressava a casa num autocarro escolar.
O Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, atribuído desde 1988, tem um valor de 50 mil euros e tem como objetivo premiar os defensores dos direitos humanos e dos valores democráticos.