O PS quer ouvir com urgência, no Parlamento, o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, sobre a saída dos 85 obras de Miró para leilão, em Londres.
O Partido Socialista considera que o caso é grave politicamente e que, por isso, se exigem explicações urgentes do secretário de Estado da Cultura.
Inês de Medeiros, uma das deputadas do PS que nas últimas semanas tentou impedir a venda das obras de Juan Miró, diz que não podem ficar de braços cruzados porque há questões em todo este processo que precisam de ser clarificadas.
«É urgente chamar o secretário de Estado da Cultura - se há pareceres negativos e não havia autorização para as obras saírem do país. Como é possível ter pareceres e ocultá-los, deixando que o processo siga?», questionou Inês de Medeiros.
«Com esta venda ao desbarato, Portugal faz horrenda figura e dá uma má imagem», acrescentou o deputado socialista José Magalhães.
Ontem, a diretora-geral do Património Cultural disse, num documento enviado à Assembleia da República, ter denunciado à Secretaria de Estado da Cultura a 15 de janeiro, a saída de Portugal das obras de Miró. A Direção-geral do Património Cultural considera ilegal a saída de das obras do país.
Esta manhã, o Tribunal Administrativo de Lisboa recusou a providência cautelar que pretendia suspender o leilão das obras de Miró. A providência foi apresentada pelo Ministério Público (MP) ontem de manhã depois de ter analisado os argumentos de um grupo de deputados do PS que pedia à Procuradoria Geral da república (PGR) que defendesse o interesse nacional.
O tribunal recusou a providência cautelar alegando, por exemplo, que a venda foi organizada a pensar apenas no lucro imediato sem qualquer outro objetivo.