Justiça

BE exige explicações de Passos sobre permanência do secretário-geral do SIRP

A deputada do Bloco de Esquerda Cecília Honório defendeu hoje que o primeiro-ministro deve esclarecer por que é que mantém a confiança no secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), cuja posição considera «profundamente fragilizada».

Terminou ao início da tarde a audição de Júlio Pereira, o secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), que foi ouvido na primeira comissão. Uma audição à porta fechada que durou cerca de uma hora e meia.

O pedido tinha sido feito pelo Bloco de Esquerda, na sequência do caso dos vistos "gold". Dadas as explicações, o Bloco de Esquerda (BE) quer ouvir também Pedro Passos Coelho.

Na opinião do BE, está fragilizado o Sistema de Informações da República Portuguesa e como é um serviço que depende da tutela direta do primeiro-ministro é a Passos Coelho que cabem as responsabilidades políticas e as explicações.

«Dado que a tutela dos serviços de informações é do primeiro-ministro, cabe ao primeiro-ministro fundamentar as razões da sua confiança relativamente à permanência do secretário-geral dos serviços de informações», afirmou Cecília Honório.

A deputada bloquista diz que os problemas que envolvem as secretas não são de agora, vão para além do que aconteceu recentemente com o caso dos vistos "gold".

A "gota de água" aconteceu com o caso que envolveu agentes do SIS que estiveram no gabinete do Presidente do Instituto de Registos e Notariado, António Figueiredo, envolvido no caso dos vistos "gold", e a quem foi decretada prisão preventiva. Os homens do SIS estiveram no gabinete de Figueiredo para fazer uma "limpeza eletrónica" de ficheiros informáticos em horário fora de expediente.

A deputada do Bloco diz que a audição de Jílio Pereira foi esclarecedora. Já para o PCP, António Filipe defende que o passo seguinte deve ser ouvir o diretor do SIS, Horácio Pinto. «Estamos a falar de atos realizados pelo próprio diretor do SIS por decisão sua e entendemos que se impõe que o próprio seja ouvido na primeira comissão», justificou António Filipe.

Júlio Pereira, o secretário-geral do SIRP, não falou à saída.