A ministra Maria Luís Albuquerque afirmou hoje, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, que o programa de vistos "gold" tem-se revelado útil para o país, e disse não ver razões para terminá-lo a curto ou médio prazo.
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Maria Luís Albuquerque respondia a uma questão de um eurodeputado letão, que, no decurso do «diálogo económico» da ministra com a comissão parlamentar de Assuntos Económicos, questionou a governante sobre o programa, na sequência das notícias das detenções de altas figuras do Estado, no quadro da chamada "Operação Labirinto".
A ministra admitiu que o programa «acabou por estar nas notícias pelas razões erradas», mas apontou que o assunto está a ser tratado pelo sistema judicial, e, relativamente ao programa de atribuições de vistos dourados propriamente dito, referiu que o que a experiência mostrou até agora é que o mesmo «permitiu reavivar partes do mercado imobiliário que estavam profundamente deprimidas».
Apontando que o programa atrai também «investimentos noutras áreas», Maria Luís Albuquerque sublinhou a importância do mesmo para «a recuperação do mercado imobiliário», que tem bastante peso na economia, e sem «distorção associada», pelo que aquilo que se tem «verificado é que o programa para Portugal tem sido útil», ao dinamizar o mercado e atrair capitais.
Respondendo em concreto a uma questão do eurodeputado sobre se este género de programas, também utilizados noutros Estados-membros, não deveria ter apenas um caráter temporário, para fazer face à crise, Maria Luís Albuquerque disse que o Governo não tem «um horizonte previsível para que o programa termine».
Sublinhando que os mecanismos de controlo sobre a origem dos capitais são «extremamente rigorosos» e contam com a colaboração de várias entidades, incluindo policiais, a ministra disse que as autoridades continuarão a «monitorizar permanentemente» a forma como decorre o programa de vistos dourados, e pode sempre modifica-lo, mas, insistiu, não há para já razões para pensar no seu fim, «a curto ou médio prazo».