Saúde

Brasil declara guerra ao Zika

Soldado brasileiro procura sinais do mosquito Aedes aegypti em São Paulo Rodrigo Paiva/Reuters

220 mil militares foram mobilizados para uma campanha de sensibilização porta a porta para a prevenção contra o mosquito responsável pela transmissão do vírus.

O ministro da Saúde brasileiro anunciou uma campanha em que os soldados vão distribuir panfletos, dar conselhos e também repelentes a pelo menos 400 mil grávidas que recebem apoios sociais.

Ao jornal O Globo, Marcelo Castro explicou esta ação prevista para 13 de fevereiro e pediu o envolvimento dos brasileiros nesta luta contra o Zika. "Se a população não chamar para si, uma das crises maiores de saúde pública já vivida em qualquer tempo no Brasil, nós não seremos vitoriosos", disse.

Suspeita-se que o vírus Zika cause graves deficiências congénitas em recém-nascidos, incluindo microcefalia, casos em que os filhos de mulheres infetadas durante a gravidez nascem com cabeças mais pequenas do que a média.

Marcelo Castro dramatiza o discurso e defende que o Brasil não pode ficar de braços cruzados, "sob pena da História nos julgar por não termos tido a competência suficiente de eliminar o mosquito que transmite doenças tão graves".

A Organização Mundial de Saúde está neste momento a investigar a possibilidade do vírus ser transmitido por via sexual, mas são necessários mais dados. Os sintomas deste vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti são semelhantes ao da gripe.

O Brasil já registou quase quatro mil casos de microcefalia desde outubro do ano passado. Antes do surto de Zika, a média anual era de 160 casos.