Desporto

Bruno de Carvalho vai processar Ferro Rodrigues

Filipe Amorim/Global Imagens

Numa nota enviada à agência Lusa, o presidente do Sporting acusa o Presidente da Assembleia da República e outros políticos de difamação e calúnia.

Bruno de Carvalho fala de "críticas violentíssimas" por parte do presidente do Assembleia da República.

"Não posso aceitar que a segunda figura do Estado tenha sido mais taxativo e belicista, fazendo-me uma crítica violentíssima, não tendo a mínima noção do cargo que ocupa e da sua condição de sócio do Sporting Clube de Portugal. Será por isso um dos primeiros visados nas ações cíveis que vou mover, até pela posição relevante que ocupa na sociedade", lê-se na nota enviada à agência Lusa.

Em causa, as declarações de Ferro Rodrigues sobre os ataques de adeptos à Academia de Alcochete. O presidente da Assembleia da República acusou Bruno de Carvalho de ter colocado o Sporting na "miséria" e pediu uma investigação aos dirigentes desportivos "e aqueles que fazem do futebol português uma desgraça".

Contactado pela TSF, o gabinete de Ferro Rodrigues não faz comentários a este anúncio de Bruno de Carvalho.

Nesta nota, o presidente leonino adianta ainda que vai "mover ações cíveis" contra todos os que o têm difamado - desde políticos, jornalistas ou comentadores. As ações estender-se-ão a figuras públicas como Daniel Sampaio, José Maria Ricciardi ou Rogério Alves, os quais afirmaram que Bruno de Carvalho "não tinha condições de continuar a exercer o cargo".

"Tenho lutado com todas as minhas forças contra a violência"

Na nota que enviou à agência Lusa, o presidente do Sporting volta a recusar qualquer responsabilidade no que classifica como "ato hediondo".

"Jamais, com as regras e princípios que me norteiam, poderia ser responsável por um acto hediondo como aquele que foi cometido na Academia do Sporting na passada terça-feira, o qual me tem sido atribuído no plano moral", escreve Bruno de Carvalho, que acrescenta: "Tenho lutado com todas as minhas forças contra a violência. E este é o primeiro episódio do género em cinco anos de mandato. Tratou-se de um episódio isolado porque tomámos medidas preventivas e continuaremos a reforçá-las para que tal não se repita".

O presidente do Sporting reforça a ideia dizendo que "não passa pela cabeça de ninguém que o Clube ou a SAD tivesse interesse neste tipo de actos de terrorismo contra os seus ou outros, e em que circunstâncias fosse".

Neste texto, Bruno de Carvalho deixa ainda elogios ao primeiro-ministro que, em reação aos incidentes em Alcochete, considerou "absolutamente intolerável este crescendo de violência no desporto".

Para o presidente leonino, António Costa percebeu a mensagem. "Depois de ouvir o Primeiro-Ministro, como ser humano e como cidadão, fico extremamente satisfeito pelo facto de o Governo ter olhado para este episódio e que se tenha apercebido de que aquilo que tenho estado a dizer enquanto cidadão - "é preciso parar a violência no desporto" - tem de ser uma prioridade", escreve na nota enviada à agência Lusa.

Bruno de Carvalho concluiu com "três desejos": "que quem cometeu este ato terrorista seja severamente punido, que quem cometeu atos 'criminosos' contra mim seja punido e que o Sporting Clube de Portugal consiga conquistar a 17.ª Taça de Portugal".

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