George W. Bush exigiu, esta sexta-feira, a retirada das tropas russas da Geórgia e que Moscovo respeite a «liberdade dos países vizinhos». Estas declarações surgem no mesmo dia em que o ACNUR fez saber que a guerra no Cáucaso já provocou 118 mil deslocados.
O presidente norte-americano exigiu, esta sexta-feira, em Washington a retirada das tropas russas da Geórgia, durante uma declaração acerca do conflito que opõe forças russas e georgianas.
Moscovo «tem de honrar o compromisso de retirar as suas tropas de todo o território georgiano», disse George W. Bush.
Depois de sublinhar que «a Guerra Fria pertence ao passado», o chefe de Estado norte-americano frisou que a manutenção de uma relação «conflituosa» com a Rússia não interessa aos Estados Unidos.
«Só a Rússia pode decidir se vai colocar-se ao lado das nações responsáveis ou perseguir uma política que apenas resulta em conflito e isolamento», bem como se quer «começar a reparar as relações com os Estados Unidos e a Europa» e com outros países», disse, frisando que Moscovo «deve respeitar a liberdade dos países vizinhos».
Bush explicou ainda aos norte-americanos que está a apoiar a Geórgia por tratar-se de um país que, «desde que conquistou a independência russa», tem sido uma «democracia corajosa», para além de o governo georgiano ter «enviado tropas para a Afeganistão» e ter-se juntado a instituições do Ocidente.
A declaração de George W. Bush incidiu unicamente sobre o conflito desencadeado no passado dia08 e que opõe a Geórgia, país aliado dos Estados Unidos, à Rússia.
Para o Presidente dos Estados Unidos, o povo da Geórgia, antiga república soviética, «escolheu a liberdade e nós não os vamos abandona».
Na quarta-feira, George W. Bush anunciou que iria enviar a sua secretária de Estado, Condoleezza Rice, a Paris, para contactos com o Presidente Nicholas Sarkozy, e a Tbilissi, onde chegou esta sexta-feira, para exprimir a solidariedade de Washington.
Estas declarações surgem depois de a executivo russo ter-se comprometido a retirar as suas forças da cidade de Gori até ao final do dia desta sexta-feira.
Esta sexta-feira, um jornalista da agência France Press noticiou que não havia soldados russos visíveis no centro de Gori, mas numerosos blindados russos estavam numa base a alguns quilómetros da cidade.
Entretanto, também esta sexta-feira, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) divulgou um novo balanço de 118 mil deslocados de guerra na Geórgia.
«A última estimativa de pessoas deslocadas devido ao conflito é hoje superior a 118 mil, segundo os números fornecidos pelos governos" da Georgia e da Rússia, declarou à imprensa o porta-voz do ACNUR, Ron Redmond.
Ainda esta sexta-feira, as autoridades da Ossétia do Sul fizeram saber que querem impedir o regresso dos refugiados georgianos que habitavam em território ossete e que tiveram de abandonar as suas casas devido ao conflito russo-georgiano, anunciou o presidente da Ossétia do Sul.