Mário Barroso e Dino D'Santiago: entre o pessimismo e a resiliência face ao crescimento da extrema-direita
Mário Barroso e Dino D'Santiago foram convidados de Nuno Artur Silva no programa "A Escuta do Mundo", da TSF
Corpo do artigo
Mário Barroso, cineasta de longa carreira entre Portugal e França, cresceu no seio de uma família fortemente politizada e viveu intensamente a Crise Académica de 1962, acabando por se exilar em Paris em 1966, com apenas 19 anos. Dino D"Santiago, músico, compositor e ativista português de ascendência cabo-verdiana, nasceu na Quarteira e cresceu no Bairro dos Pescadores.
Oriundos de gerações e percursos muito distintos, partilham a mesma preocupação com o futuro do país e do mundo. Na TSF, Mário Barroso confessou estar "completamente pessimista" com a ascensão da extrema-direita na Europa: "Nunca pensei que a extrema-direita mais retrógrada, reacionária, fascizante pudesse voltar ao poder. Acho que nas próximas eleições legislativas não nos safamos", lamentou.
Já Dino D"Santiago admite que lhe "dói o país" e acredita que a extrema-direita continuará a crescer, mas mantém o otimismo: "Tenho esperança que os outros partidos e nós, como povo, consigamos criar uma narrativa mais forte." Presidente da associação Mundu Nôbu, que apoia jovens de bairros desfavorecidos, defende que a sua missão "está na rua" e que "a força da extrema-direita está na forma como se projeta nas redes sociais", lembrando que "a vida é diferente, cá fora: na rua, o tribunal dos cobardes não existe."
Mário Barroso confessou ter ficado tocado pelo otimismo do músico: "Eu acho que vou sair daqui - é espantoso - com alguma esperança!"
"A Escuta do Mundo" é um programa de Nuno Artur Silva, para ouvir às quartas-feiras depois das 13h00, com repetição aos sábados depois das 11h00. Sempre em TSF.pt e nas plataformas de podcast.