Comunidade cigana em Portugal está a preparar providência cautelar devido aos cartazes de Ventura: "Vamos lutar até ao fim"
O anúncio é feito na TSF pelo vice-presidente da associação Letras Nómadas, Bruno Gonçalves, que refere que o Chega não é imune à Justiça por ser o "segundo partido mais votado". O constitucionalista Vitalino Canas pede a intervenção do Ministério Público
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A comunidade cigana em Portugal vai avançar na Justiça contra os cartazes da candidatura presidencial de André Ventura. Em causa estão mensagens de ódio direcionadas a culturas específicas, entre as quais uma no qual se lê "Os ciganos têm de cumprir a lei".
O vice-presidente da associação Letras Nómadas, Bruno Gonçalves, mostra-se indignado e, por isso, "repudia totalmente" os cartazes em causa. Fala em "violações" da lei e, por isso, anuncia na TSF a preparação de uma providência cautelar devido a esta ação política e exige que a Justiça funcione para que mais nenhum cartaz deste género seja afixado. "Não interessa se [o Chega] é o segundo partido mais votado", avisa ainda.
Mensagens como esta, que disseminam "ódio" e perpetuam estereótipos, têm sérios impactos na vida da comunidade cigana, em que uma das mais graves consequências é contra as crianças que vão para a escola e "sofrem bullying".
"Um coletivo não pode pagar pelo comportamento de alguns e não vamos aceitar isso jamais. E vamos lutar até ao fim"
Ouvido também pela TSF, o constitucionalista Vitalino Canas entende que os cartazes são discriminatórios para os ciganos e para as pessoas do Bangladesh. Vê indícios de crime e pede mesmo a intervenção do Ministério Público: "A fronteira foi ultrapassada."
