Num mundo em que a "violência está mais visível", o Congresso Internacional sobre Culturas quer "promover a empatia"

André Rolo/Global Imagens (arquivo)
À TSF, a vice-reitora para a cultura da Universidade do Porto, Fátima Vieira, revela o objetivo deste congresso "especial", que procura "refletir em conjunto sobre os lugares de culturas"
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Entre esta segunda e quinta-feira decorre, na Universidade do Porto, o XI Congresso Internacional sobre Culturas. Este ano, o objetivo é refletir sobre os "Lugares de Culturas" e, a partir daí, perceber de que forma é possível integrar a empatia "no tecido da própria sociedade", num mundo em que "a violência está cada vez mais visível".
O evento pretende promover e refletir sobre as culturas e as várias dimensões que têm na sociedade contemporânea. E, para isso, conta com a participação de investigadores em diversas áreas - desde as artes às culturas, da filosofia, ciências sociais e humanos, literatura, entre outros.
Em declarações à TSF, a vice-reitora para a cultura da Universidade do Porto, Fátima Vieira, revela o objetivo deste congresso, que é feito em parceria com a rede de investigadores em culturas, InterCult, que congrega 24 universidades portuguesas, brasileiras e moçambicanas.
"É um congresso especial exatamente porque nos obriga a refletir em conjunto sobre os lugares de culturas - que é o tema do congresso deste ano. E lugares de culturas, no plural, exatamente porque a própria rede InterCult aquilo que quer afirmar é uma pluralidade das culturas. Não há apenas uma cultura, há muitas culturas", destaca.
Um dos eventos de maior destaque vai decorrer esta terça-feira: o manifesto pela gentileza, documento que será lido por Dino D'Santiago, co-coordenador do painel "Culturas Urbanas e Expressões Artísticas", será aprovado neste dia.
Fátima Vieira explica que os participantes vão ter de responder a sete frases que estão incompletas, procurando obter assim uma definição de gentileza e perceber de que forma é que esta pode ser utilizada "como uma ferramenta" e ter um "impacto real na transformação social".
"Queremos, em primeiro lugar, chamar a atenção para o facto de não podermos estar continuamente a responder à violência verbal com violência verbal. Isso resulta apenas numa escalada. A gentileza começa antes de começar a própria discussão. Mas, sobretudo numa sociedade onde esta violência está cada vez mais visível, promovermos a empatia e fazermos com que este movimento de gentileza, com que esta empatia vá além da academia e se encontre e fique também inscrita no tecido da própria sociedade", aponta.

