Foi junto ao Tejo que num único dia foram criados ruídos que ajudaram a construir o som de "Free Solo", o documentário que ganhou o Óscar da Academia este ano. Branko Neskov ajudou a criar este estúdio e veio ao Almoço TSF.
Corpo do artigo
Quando filmaram "Free Solo" , os produtores do melhor documentário deste ano, nos Óscares e nos BAFTA, colocaram na mochila de um alpinista um microfone.
A ideia era registar todos os ruídos e sons produzidos durante uma escalada de uma parede de 900 metros, na Califórnia. Mas durante a montagem do filme perceberam que nem todos os momentos tinham som de qualidade para poder ser usado.
E foi nesta fase que entrou a Loudness Films, uma empresa de Lisboa habituada a "inventar" sons para o cinema e a televisão.
Nesta empresa, os "foley artists" e foley mixers" arranjam maneira de criar sons que se adequem às cenas dos filmes e outras produções.
São artistas sonoros e engenheiros de som que para além de estarem a ajudar a mudar o cinema feito em Portugal estão também a participar, de forma mais espaçada, em produções internacionais.
Mas nunca uma produção da Loudness Films tinha tido tanto impacto como "Free Solo", que tem colecionado prémios nos últimos meses, mesmo antes da estreia do filme, em setembro.
Branko Neskov destaca particularmente os prémios atribuídos pelos pares. Ou seja, "por outros engenheiros de som que reconhecem muito valor no trabalho feito" pelos artistas da Loudness Films.
No Almoço TSF, Branko Neskov, o engenheiro de som nascido na antiga Jugoslávia e radicado em Lisboa desde o tempo da guerra, explicou como nasceu a empresa e como têm crescido.
No caso de "Free Solo", o trabalho de Nuno Bento e Joana Niza Braga "foi feito num dia".
Há outras produções em marcha, desde "alguns filmes portugueses" até "uma produção espanhola".
TSF\audio\2019\02\noticias\25\entrevista_branko_neskov_almoco_tsf
Ler mais:
O Óscar que também é português
Saltos, abraços e lágrimas. As imagens da noite mais longa do ano
As noites dos Óscares ainda são (um bocadinho) o que eram
"Green Book " é o melhor filme e Alfonso Cuarón vence três Óscares