Ouvido no Fórum TSF desta segunda-feira, Bruno Batista, candidato a vice-presidente pela lista de Luís Filipe Vieira, considera que "ainda é muito prematuro para falar" sobre eventuais apoios à candidatura de Rui Costa ou João Noronha Lopes
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O Benfica "não é um partido político" e as "candidaturas não são donas dos votos", pelo que o "princípio básico é o de ir ao encontro às aspirações das bases de apoio". É com estas premissas que as candidaturas de Rui Costa e João Noronha Lopes reforçam que não vão negociar o apoio dos antigos candidatos à liderança do Benfica para a segunda volta nas eleições, ainda que admitam procurar "pontes dentro dos princípios que defendem", rejeitando "convergir agora quando se divergia antes".
Rui Costa e João Noronha Lopes vão disputar a presidência do clube das águias numa segunda volta, após serem os dois candidatos mais votados no ato eleitoral de sábado.
Luís Filipe Vieira, que foi candidato à presidência do Benfica pela lista E, não se compromete para já a dar apoio a qualquer um dos dois candidatos que vão disputar a segunda volta das eleições, marcadas para 8 de novembro.
Ouvido no Fórum TSF desta segunda-feira, Bruno Batista, candidato a vice-presidente na lista E, considera que "ainda é muito prematuro para falar sobre isso".
"Os candidatos ontem fizeram, acima de tudo, um balanço dos resultados. Ainda não apresentaram nada mais, ainda não começaram a fazer campanha", sublinha.
Aponta ainda que "os votos pertencem aos sócios" e afirma que é preciso aguardar para "ver o que é que vai acontecer nas próximas semanas", que contam com novas campanhas.
"Vamos estar muito tranquilos daquilo que fizemos", assegura.
Já José Gandarez, candidato a vice-presidente pela lista de Rui Costa, mostra-se "satisfeito" com os resultados obtidos, em que o atual líder dos encarnados reúne 42,13% dos votos. Refere, contudo, que nunca tiveram a expectativa de vencer à primeira ou segunda volta. "Seríamos sempre respeitadores do sinal e do voto que os benfiquistas quisessem", assegura. E é com estes argumentos que justifica a opção por não negociar o apoio de outras listas.
"Como disse ontem Rui Costa, as candidaturas não são donas dos votos."
Assinala igualmente que o Benfica "não é um partido político" para haver negociações em torno dos "lugares na SAD, lugares ali ou acolá".
"Nós respeitamos todas as candidaturas, há excelentes projetos nas outras candidaturas, há excelentes candidatos nas outras candidaturas. Mas nós apelamos é aos sócios, ao voto individual de cada sócio", reforça.
José Gandarez ressalva, o entanto, que esta posição não implica a ausência de diálogo, mas afirma que esse processo não ocorrerá numa "lógica de negociar ou de convergir agora quando se divergia antes".
"Sinto respeito integral por todos os sócios. Somos todos do Benfica", refere.
Do lado da candidatura de João Noronha Lopes, a premissa é a mesma:
"O princípio básico não é o de negociar com outros candidatos. É o de ir ao encontro às aspirações das suas bases de apoio."
É isto mesmo que explica que o candidato à liderança da Mesa da Assembleia Geral do Benfica da lista F, Gonçalo de Almeida Ribeiro. Lembrando que em eleições presidenciais com duas voltas esse tipo de negociações são possíveis, Gonçalo de Almeida Ribeiro vinca que "negociar não é prostituir", rejeitando abdicar das ideias que a lista tem em nome do apoio dos anteriores candidatos.
"Negociar significa procurar entendimentos - na perspetiva daqueles que protagonizaram candidaturas, os que já foram derrotados e não têm oportunidade de continuar e aqueles que têm a oportunidade de o fazer - e pontes dentro dos princípios que defendem", assevera.
Ainda assim, destaca o caráter de novidade deste tipo de eleições para o clube, que vai "pela primeira vez" a uma segunda volta: "Estamos em território relativamente novo."
Gonçalo de Almeida Ribeiro reconhece que João Noronha Lopes tem uma "difícil" travessia pela frente, mas afirma que "há esperança" de vencer Rui Costa, que parte em vantagem para a segunda volta.
"Eu repito: 42% numas eleições presidenciais para o incumbente que procura relegitimar-se não é um bom resultado. Os 30% que tivemos ficam aquém das nossas expectativas, mas 42% também não são um bom resultado. Está tudo em aberto. A nossa campanha tem um grande desafio, que é protagonizar um sentimento complexo de mudança."
O atual presidente, Rui Costa, e João Noronha Lopes disputarão a presidência do clube da Luz numa segunda volta, após serem os dois candidatos mais votados no ato eleitoral de sábado, com 42,13% e 30,26% das preferências dos sócios, respetivamente.
A segunda volta das eleições para o quadriénio 2025-2029 está agendada para 8 de novembro, uma vez que nenhum dos seis concorrentes recolheu a maioria dos votos (mais de 50%) necessária para eleger o presidente neste primeiro escrutínio.
As eleições para os órgãos sociais contaram no sábado com uma afluência de 85.710 sócios - um recorde a nível mundial -, pouco mais de metade dos sócios que estavam habilitados a participar neste escrutínio (160.182), numa eleição exclusivamente com voto físico que levou a mais de 19 horas de apuramento dos resultados finais, em todas as 108 secções de voto espalhadas por todo o mundo.
Luís Filipe Vieira (13,86%), anterior presidente, João Diogo Manteigas (11,48%), Martim Mayer (2,10%) e Cristóvão Carvalho (0,18%) eram os restantes candidatos à liderança, que estarão agora excluídos da segunda volta, onde, além da corrida à direção, as listas de Rui Costa (G) e Noronha Lopes (F) vão igualmente discutir entre elas os restantes órgãos sociais, ou seja, a Mesa da Assembleia Geral e o Conselho Fiscal, bem como a Comissão de Remunerações (órgão estatutário).
