Rui Costa responde a Noronha: "Se há 58% que não acreditam em mim, há 70% que não acreditam no outro lado"
Apesar de ter saído vitorioso na primeira chamada às urnas, não conseguiu obter maioria absoluta e, assim, falhou a reeleição para a liderança do clube. Confrontado com estes valores, Rui Costa reconhece que, com seis candidaturas, uma segunda volta "inevitável"
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O candidato da lista G às eleições para a presidência do Benfica admite que o cenário de uma segunda volta era "fácil de prever". Mostrando-se "confiante" para uma nova idas às urnas, responde ao adversário João Noronha Lopes, que apontou que 58% dos votantes não acreditaram em Rui Costa: "É uma conta gira de se fazer: se há 58% que não acreditam em mim, há 70% que não acreditam no outro lado."
Em declarações aos jornalistas, à porta de casa, Rui Costa começa por agradecer a todos os sócios que "se mostraram presentes" e a toda a organização, "que foi magnífica".
"Foi uma noite longa para todos nós. Estou muito orgulhoso de tudo aquilo que é ser benfiquista", afirma.
Apesar de ter saído vitorioso na primeira chamada às urnas, não conseguiu obter maioria absoluta e, assim, falhou a reeleição para a liderança do clube. Confrontado com estes valores, Rui Costa reconhece que, com seis candidaturas, uma segunda volta "inevitável".
Assegura, contudo, estar "confiante" com um novo ato eleitoral e disparou ao candidato da lista F, João Noronha Lopes, que apontou que 60% dos votantes não apostaram na continuação do atual presidente.
"É uma conta gira de se fazer: se há 58% que não acreditam em mim, há 70% que não acreditam no outro lado", sublinha, acrescentando que não está em causa uma "vitória num local", mas antes "em todo o país".
Já quando questionado sobre se conta com o "apoio" dos adversários derrotados este domingo - nomeadamente de Luís Filipe Vieira ou João Diogo Manteigas -, Rui Costa, que assegura que não pensa nisso, revela que ainda não foi contactado por nenhum dos outros candidatos, algo que vê com "naturalidade", uma vez que "ainda ninguém ganhou as eleições".
Insiste, assim, que não está a "pensar nos outros" e adianta que continuará a fazer a mesma campanha para a segunda volta. "Não comprei votos a ninguém. Fui eu próprio e é isso que vou continuar a fazer. Espero que mais alguém me acompanhe nisso. Estou a falar dos sócios do Benfica", clarifica.
Perante a insistência dos jornalistas sobre o eventual apoio de Vieira, Rui Costa afirma que essa "não é uma decisão" que lhe compete ter. "Não estou a fugir à pergunta, mas não é uma coisa em que estou a pensar", reforça.
Nós não somos donos de quem vota. São as pessoas que vão decidir, não tendo o candidato delas, em quem vão votar.
Recusa, por isso, refletir sobre os votos que não angariou, afirmando que do outro lado ficaram mais por arrecadar: "Sobre os que não votaram também já disse: ainda bem que é assim. Com humildade, respeito e vou tentar não perder os meus e conquistar aqueles que não votaram em mim."
O Benfica tornou-se o recordista de votantes em eleições para um clube desportivo, ao registar, a cerca de cinco horas do fecho das urnas, uma votação de 58.808 sócios, um número que viria a ser ultrapassado, sendo que mais de 78 mil adeptos participaram no ato eleitoral. O anterior recorde mundial pertencia aos espanhóis do FC Barcelona, no sufrágio de 2010, quando 57.088 votantes participaram na eleição.
Sobre isto, o candidato da lista G faz um reparo: "Não batemos o recorde. Nós atropelamos o recorde." E completa elogiando a democracia vivida pelos encarnados, referindo que "não se ouviu falar de problemas entre adeptos".
"Foi lindo. Foi histórico. E que o próximo seja assim também", apela.
Confessando-se "orgulhoso, feliz e honrado" com os resultados obtidos, confessa ser "uma pena" que o desfecho destas eleições não tenha sido definitivo, ainda que seja reflexo da pluralidade das águias.
Promete, assim, "continuar a dar a vida pelo Benfica" e ser fiel a si próprio".