William para Bruno de Carvalho: "Sabemos que foi você que mandou fazer isto tudo" em Alcochete
O ex-presidente do Sporting revela no seu novo livro alguns dos momentos mais "quentes" que aconteceram durante os anos em que esteve à frente dos destinos do clube.
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Bruno de Carvalho acusa Jorge Jesus de ter sido o responsável pela entrada de alguns elementos da Juve Leo, como Mustafá e Fernando Mendes, na tarde em que um grupo de adeptos invadiu a Academia de Alcochete e atacou vários jogadores do Sporting. A história daquele que "foi o dia mais negro na história do clube de Alvalade" é contada pelo ex-presidente no livro "Sem Filtro - As Histórias da Minha Presidência", que será apresentado esta sexta-feira, em Lisboa.
"A única vez que uma claque entrou na Academia, sem ser para aquelas fotos de final de ano, em que eles até recebem autógrafos dos jogadores, foi porque o Jorge os deixou entrar durante a sua segunda época como treinador. Fui alertado para isso, liguei imediatamente para o Nuno Vieira, vulgo Mustafá, e disse que não autorizava a entrada deles. Cheguei à Academia e qual não foi o meu espanto quando vi os elementos da claque lá dentro. Foi nesse momento que o Jorge Jesus me disse que tinha sido ele a deixá-los entrar. 'Jorge, você aqui não manda nada', respondi-lhe. 'Eu tinha dito que eles não podiam entrar'.
Lá pedi à Sporting TV para ir à Academia e fez-se ali um espetáculo, quase de teatro, em que eles bateram muitas palmas aos jogadores e foram-se embora. Aliás, eu decidi nem me dirigir a eles nem estar ao pé deles, porque realmente não gosto que me desautorizem. E apesar de o Jorge Jesus ter deixado, eles sabiam que eu não queria que eles entrassem", lê-se no excerto de um dos vários capítulos do livro sobre os últimos meses da presidência de Bruno de Carvalho.
As "teorias mirabolantes" de William Carvalho
O antigo líder dos leões, que foi destituído em Assembleia Geral, revela ainda uma conversa "quente" que teve com Willam naquela tarde em Alcochete. Bruno de Carvalho conta que o jogador o acusou de ser o responsável pelo ataque.
"Quando estava a estacionar, depois de ter passado por aquele grupo à conversa, o William saiu de perto deles e ia a passar. Chamei-o. Foi quando ele voltou às suas teorias mirabolantes: "Nós sabemos que foi você que mandou fazer isto tudo." Voltei a chamá-lo, mas ele continuou a andar. Segui direto para o balneário onde ainda estavam alguns jogadores.
O Bas Dost, segundo aquilo que depois foi do conhecimento público, tinha sido agredido com a fivela de um cinto e mostrou-me a ferida que tinha na cabeça. Dizia que estava cheio de dores. O Podence só se ria, de forma muito nervosa, porque ainda estaria em choque, calculo. Pelo menos, quero acreditar nisso. Foi aí que tive a verdadeira noção do que se tinha passado"
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